Convenção das Bruxas: remake diverte, mas não supera longa noventista

Depois da sequência de Jovens Bruxas, outro clássico do terror infanto-juvenil noventista ganha uma nova versão nos cinemas brasileiros. Adaptação da obra de Roald Dahl, Convenção das Bruxas (The Witches, EUA, 2020) chega às telonas nesta quinta-feira (19/11) com pinta de superprodução destinada às famílias. No entanto, desta vez, o conto que reúne sustos e diversão vem com uma forte mensagem sobre protagonismo negro, o ponto alta do longa.

Com direção de Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro), que assina o roteiro com Kenya Barris (Black-ish) e Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno), o remake segue as desventuras de um jovem órfão interpretado por Jahzir Bruno (The Oath: O Juramento) que, junto de sua vó (Octavia Spencer, de Estrelas Além do Tempo), se vê hospedado em um hotel cheio de bruxas. E, para piorar, o protagonista descobre o plano das malvadas para acabar com as crianças.

Quando o menino é transformado em rato, Octavia Spencer segura as pontas no filme. (Foto: Warner)

E se você fez a lição de casa e assistiu ao sucesso da sessão da tarde dos anos 1990, sabe como a história se desenrola – embora haja pequenas alterações. O título tem sua história situada no estado americano do Alabama em 1969, período em que a segregação e preconceito racial eram ainda mais evidentes. Na cidade de Demopolis, os personagens centrais sentem a diferença de tratamento que têm em comparação com pessoas brancas, mesmo que sejam bruxas.

Surfando na onda dos filmes de terror de Jordan Peele (que comandou “Corra!” e “Nós”), Convenção das Bruxas levanta a questão da discriminação, mas também aproveita para explorar a cultura afro-americano, com destaque para culinária e misticismos. Além disso, a narração de Chris Rock – que vive o protagonista adulto – dá à produção a cara de uma mistura entre Harry Potter e Todo Mundo Odeia o Chris. O que faz valer a versão legendada.

Anne Hathaway concentra as atenções como a afetada Grande Rainha Bruxa. (Foto: Warner)

No papel da Grande Rainha Bruxa – que pertenceu a Anjelica Huston –, Anne Hathaway (Um Dia) enfeitiça com seu carisma, sem mostrar desconforto na posição de vilã. Contudo, a atuação divertida e carregada de sotaque escandinavo de Hathaway é prejudicada por dois problemas. O primeiro são os efeitos visuais, que tornam suas cenas artificiais. O segundo é o uso da falta de membros como traço de bruxas, algo ofensivo a portadores de deficiência.

Com nova identidade e ótimo elenco, a refilmagem tinha tudo para ser memorável, mas, devido aos erros citados acima, não podemos dizer que supera a memória do original.

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