Jovens Bruxas: Nova Irmandade acerta ao trocar terror por empoderamento

Sequência do longa lançado em 1996, Jovens Bruxas: Nova Irmandade (The Craft: Legacy, EUA, 2020) é um dos raros títulos inéditos a chegarem ao Brasil nesta reabertura dos cinemas após a parada devido a pandemia do coronavírus. Produção da Blumhouse para a Sony Pictures, o filme utiliza a história das quatro meninas que se juntam para explorar seus poderes para reforçar o empoderamento feminino, quebrar estereótipos e combater o machismo.

Dirigido por Zoe Lister-Jones (Band Aid), o longa acompanha Lily (Cailee Spaeny, de Maus Momentos no Hotel Royale), que acaba de desembarcar numa nova cidade com sua mãe, Helen (Michelle Monaghan, de Pixels), para viver junto do padrasto, Adam (David Duchovny, de Arquivo X). Deslocada, a protagonista logo se enturma com as adolescentes tidas como as mais esquisitas do colégio local, com as quais desenvolve uma poderosa amizade.

A sequência homenageia o original recriando a cena de levitação e citando Manon. (Foto: Sony)

Acontece que o trio Lourdes (Zoey Luna, de Pose), Frankie (Gideon Adlon, de The Society) e Tabby (Lovie Simone, de Greenleaf) forma um pequeno grupo de bruxas, que aguardava pela chegada de sua quarta integrante – Lily – para lançar feitiços cada vez maiores. Juntas, elas decidem enfrentar o valentão da escola, Timmy (Nicholas Galitzine, de Chambers), que tem histórico de cometer bullying nas alunas, devido a sua masculinidade frágil e tóxica.

Sororidade de verdade

Ao longo de sua curta duração de 1h37, a produção, que tem roteiro assinada por Lister-Jones, procura acertar onde a versão original de Peter Filardi acabou perdendo a mão: a sororidade. Desta vez, as personagens não acabam seduzidas pelo poder e se tornando inimigas, mas, sim, se juntam para defender seus ideais e encarar comportamentos machistas inclusive em casa. Afinal, logo Lily começa a enxergar as verdadeiras intenções de Adam.

Com menos terror e mais diálogo, Jovens Bruxas: Nova Irmandade se mostra uma atração indicada aos adolescentes, pois coloca em debate o despertar da sexualidade e a importância da inclusão e diversidade. Representativa, a obra tem Lourdes buscando seu lugar como uma garota trans, enquanto outro personagem tem problemas para lidar com sua bissexualidade. Dessa forma, o filme traz enredo sinistro, mas que entrega mensagens relevantes hoje.

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