Com Angelina Jolie, Malévola: Dona do Mal tem nostalgia e crítica social

Amanda Almeida

Quando Malévola (relembre na Sessão Retrô) foi lançado em 2014, a releitura do clássico foi bem aceita pelo público e crítica, tendo em vista que o filme reimaginava toda a história de Aurora e conseguia trazer metáforas de assuntos que são mais pesados, como o abuso. Em Malévola: Dona do Mal (Maleficent: Mistress of Evil, EUA, 2019), temos um roteiro que procura tom mais leve – e mais “Walt Disney Studios” –, distanciando-se do título anterior.

Dirigido por Joachim Rønning (Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar), o longa começa com Aurora (Elle Fanning, de Demônio de Neon) pedida em casamento pelo Príncipe Phillip (Harris Dickinson, de Mentes Sombrias). Claramente, essa notícia não agrada Malévola (Angelina Jolie, de 60 Segundos), que precisa conhecer os pais do príncipe, isto é, o Rei John (Robert Lindsay, de Grace de Mônaco) e Rainha Igrith (Michelle Pfeiffer, de Homem-Formiga e a Vespa). É a partir deste desastroso encontro que a produção se desenrola.

Esta é a segunda aventura em live-action de Malévola e a Princesa Aurora. (Foto: Disney)

Ao explorar mais a origem da protagonista, esta continuação tem aquele ar mágico, que relembra muito os primeiros longas animados da Disney. Logo no início, temos o narrador dizendo “eram duas vezes” (“twice upon a time”), o que deixa claro que esse filme caminha mesmo pelos contos de fadas.

Aqui temos uma prova de que Angelina Jolie realmente foi uma escolha perfeita para Malévola – segue linda e elegante como a vilã –, equilibrando o amor por Aurora e o deboche pelo resto da humanidade. Porém, a obra quis apresentar o “poder feminino”, esqueceram de Aurora, que vive de uma ingenuidade que beira a estupidez – mas ainda sim, Fanning abraça a personagem que  a representa credulidade e pureza. Michelle Pfeiffer tem uma excelente atuação como Igrith, que exibe fraca motivação suas ações (especialmente quando comparada às razões de Malévola no primeiro título).

A personagem de Michelle Pfeiffer é a vilã desta sequência de Malévola. (Foto: Disney)

Quando olhamos pela primeira camada da trama, temos a nostalgia de elementos de A Bela Adormecida. Nas camadas mais submersas, encontramos críticas sociais fortes em questões ambientais e sobre a proteção de nosso planeta. Desde o princípio, a saga em live-action deixa claro que há consequências para quem demonstra segundas intenções no uso das propriedades mágicas da floresta e isso é explorado, com a ganância do homem em consumir tudo ao seu redor sem pensar nas consequências.

Esteticamente, os cenários coloridos são encantadores. As cores têm função muito importante que é a distinção entre o bem e o mal, ressaltando a ideia da fantasia. A fotografia também é algo belíssimo, pois distingue bem os cenários e o que pertence a cada núcleo (isso fica ainda mais perceptivo no ápice do filme).

Por seguir a linha de inocente conto juvenil, o roteiro aposta em soluções fáceis, dando certa “relaxada” em conclusões previsíveis. E tudo bem! A crença de que a magia do bem sempre se sobressai é algo que a gente abraça com carinho.

Malévola: Dona Do Mal é um filme lindo e deslumbrante, forte em suas críticas sociais e, acima de tudo, fala sobre como devemos amar e respeitar as pessoas e suas diferenças e aceitá-las como elas são.

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