“Caos Mutante”: obra-prima à altura das Tartarugas Ninja

“Caos Mutante”: obra-prima à altura das Tartarugas Ninja

Sucesso especialmente entre os nascidos nas décadas de 1980 e 1990, as Tartarugas Ninja acumulam aparições em filmes, séries animadas e games, após terem iniciado sua jornada nos quadrinhos. Neste ano, os personagens ganham uma releitura com As Tartarugas Ninja: Caos Mutante (Teenage Mutant Ninja Turtles: Mutant Mayhem, EUA/Japão/Canadá, 2023), em um estilo de animação que remete ao Aranhaverso do Homem-Aranha. O resulto: um misto de nostalgia e renovação!

A produção, dirigida por Jeff Rowe (A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas) e Kyler Spears (Amphibia), aposta em versões realmente adolescentes dos heróis. Esta proposta se mostra um grande acerto, uma vez que a história é sobre aceitação. E quem melhor que um grupo de jovens para lidar com isso? No roteiro, que tem Seth Rogen (Superbad: É Hoje) como um dos autores, as Tartarugas são criadas por um superprotetor mestre Splinter (Jackie Chan) nos esgotos de Nova York.

Assim, Leonardo (Nicolas Cantu), Raphael (Brady Noon), Donatello (Micah Abbey) e Michelangelo (Shamon Brown Jr.) foram ensinados de que a humanidade jamais receberia bem sua existência. No entanto, o quarteto aprendeu a se esgueirar pelas sombras para curtir shows e partidas esportivas na superfície, assim como os humanos. Mas as coisas mudam quando eles conhecem a aspirante a jornalista April O’Neil (Ayo Edebiri), que investiga os crimes de outro mutante.

Não tão diferentes

A narrativa sabe bem utilizar a mitologia dos personagens criados por Kevin Eastman e Peter Laird. Dessa maneira, são introduzidas figuras como o javali Bebop (Rogen) e o rinoceronte Rocksteady (John Cena). Mas, quem rouba a cena é o Super Mosca, dublado por ninguém menos que Ice Cube. O vilão, ainda quando bebê, viu o que a humanidade a oferecer de pior, nutrindo rancor e um plano para acabar de vez com a supremacia humana no planeta Terra.

Excluindo a ideia do atentado contra uma espécie, a filosofia do malvado acaba não sendo tão diferente do que prega Splinter.

Os protagonistas, por sua vez, passam por uma jornada de formação como heróis. Como jovens, percebem que há algo de bom entre os humanos, encontram semelhanças com o antagonista e precisam de coragem para encarar alguém mais maduro e forte que eles. A dúvida e o medo aproximam a ficção da realidade, e esse sentimento é ampliado pelas vozes juvenis que a produção teve o cuidado de elencar. Isso torna mais verídica a saga sobre amadurecimento.

Somente acertos

O tom do enredo entretém, mas, acima de tudo, fascina pela riqueza com que apresenta o universo das Tartarugas Ninja. O visual cartunesco amplia a sensação de que os gibis ganharam vida na telona, enquanto as referências a filmes e animes dão ao título aspecto atual. Um show à parte, a trilha sonora noventista focada no rap e hip hop adiciona uma vibe urbana nova-iorquina que é indispensável a Leonardo, Raphael, Donatello e Michelangelo.

Dito tudo isso, encontrar qualquer defeito em “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” se torna quase uma missão impossível. Fica a expectativa de que uma sequência seja confirmada – os fãs e esse filme merecem.

Assistimos antecipadamente ao filme graças ao gentil convite da Paramount Pictures.

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