Caballeros traz o melhor do heroísmo portenho

Carlos Bazela
Caballeros traz o melhor do heroísmo portenho

Uma figura vestindo colante vermelho, jaqueta preta e máscara salta por entre telhados de Buenos Aires com a missão de proteger os inocentes. Seu nome? Cavaleiro Vermelho. E ele não é o primeiro a usar esse nome, pois há uma longa linhagem de Caballeros.

Publicada no Brasil pela Tai Editora, a HQ tem argumento de Toni Torres, desenhos de Mariano Navarro e arte final de Hernan Cabrera com Martín Pena, que ambientam a história de Rafa – o rapaz atrás da máscara do Cavaleiro na capital argentina, o que dá um fôlego novo para os quadrinhos de heróis urbanos .

O herói tem no avô o seu mentor e é ele quem explica que a Ordem dos Cavaleiros Vermelhos existe desde os tempos das cruzadas e que ele mesmo foi um deles. Até ter sua coluna destruída por uma rajada de balas. Esse legado de família, entretanto, pulou uma geração: o pai de Rafa, que desistiu de se tornar herói e usou o nome Cavaleiro Vermelho para buscar fama e fortuna como lutador mascarado em shows de luta-livre.

Mix de referências

Ao ler o Tomo Um de Caballeros, enviado para o BN pela Tai Editora, conseguimos ver diversas referências na obra. Desde a arte em preto e branco com destaque para as personagens femininas sensuais, presentes nos fumetti, os quadrinhos italianos, até as claras alusões aos heróis norte-americanos.

Como uma figura esguia se pendurando em cordas pelos prédios da cidade portenha, vemos muito do Homem-Aranha ou até personagens da Bat Família, como o Asa Noturna, por exemplo. Outro ponto interessante é que as histórias do Cavaleiro Vermelho podem envolver vilões superpoderosos e até sobrenaturais, sem deixar o personagem preso simplesmente a uma guerra ao crime.

Aliás, a comparação com os heróis de Gotham aumenta ainda mais pelo fato de Rafa ter uma condição financeira estável, dada pelo pai, e pelos diversos recursos financeiros da Ordem, que incluem até avançados computadores – para o ano de 1996, pelo menos. Já a moto utilizada por ele também tem um design bastante conhecido para quem leu Akira.

Despretensioso e divertido

Com uma arte incrível, valorizada pela publicação em preto e branco e bons textos, que às vezes se perdem em poesia, como as HQs estadunidenses da mesma época, Caballeros é uma interpretação divertida de um personagem com muito carisma e que vale a pena conhecer.

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