Batman: Silêncio é trama adulta e cheia de reviravoltas

Carlos Bazela

Em setembro, os fãs da DC Comics tiveram uma ótima surpresa. Batman: Silêncio, a mais recente animação da Warner Bros. com o Batman, estava disponível em DVD. Mesmo aclamadas por sua qualidade, estava difícil encontrar em mídia física os lançamentos recentes, como são Gotham by the Gaslight, Suicide Squad: Hell to Pay, The Death of Superman, Reign of Supermen e Justice League: The Fatal Five. Todas feitas entre 2016 e 2019.

Adaptação do quadrinho escrito por Jeph Loeb e Jim Lee, o filme traz o Homem-Morcego lutando contra um inimigo completamente novo: Silêncio, cujas bandagens sobre seu rosto tornam sua identificação impossível. Habilidoso, o novo vilão manipula inimigos e aliados do Batman contra ele em um nível nunca visto, colocando em xeque suas habilidades de detetive.

Batman está sob a ameaça de Silêncio.

Enquanto se recupera de uma cirurgia no crânio realizada pelo médico Thomas Elliot, amigo de infância, Bruce Wayne é obrigado a enfrentar Hera Venenosa, Mulher-Gato, Coringa, Arlequina, Bane, Espantalho, Charada e até o Superman, numa difícil busca pela verdade. Não fosse isso o bastante, o tal Silêncio parece saber que Batman e Bruce são a mesma pessoa.

Igual, mas diferente

Para quem conferiu a HQ, Silêncio é um prato cheio. Estão ali algumas palavras idênticas às do roteiro de Loeb e cenas visivelmente inspiradas nos quadros de Jim Lee. A história também traz elementos cruciais do papel, como o romance do Batman e da Mulher-Gato chegando a um novo patamar e a presença do Asa Noturna.

Entretanto, a animação se permite novos caminhos. Ainda que envolva muitos personagens, a história deixa alguns presentes no gibi de lado para recontar a história dentro do universo de animações da DC. Ou seja, o desenho conta com Damian Wayne, o mais novo Robin, apresentado em O Filho do Batman e que não existe no quadrinho.

Nosso herói é guiado pelo seu coração.

O tom segue a pegada juvenil/adulto, com mais violência nas cenas de luta e linguagem mais pesada, uma tendência que a DC já vem seguindo nas animações que saem direto no home vídeo. O que cai como uma luva para essa história.

Mas, é no final que tudo muda pra valer. Com a identidade do vilão Silêncio alterada em relação à obra original e um desfecho mais simples do que o colocado pela HQ. Essa mudança, no fim, acaba sendo uma boa ideia, por deixar tudo mais compreensível, principalmente para quem não leu o gibi. Mais um acerto do departamento de animação, que parece ter voltado a olhar com carinho para quem coleciona suas produções em disco.

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