Em setembro, os fãs da DC Comics tiveram uma ótima surpresa. Batman: Silêncio, a mais recente animação da Warner Bros. com o Batman, estava disponível em DVD. Mesmo aclamadas por sua qualidade, estava difícil encontrar em mídia física os lançamentos recentes, como são Gotham by the Gaslight, Suicide Squad: Hell to Pay, The Death of Superman, Reign of Supermen e Justice League: The Fatal Five. Todas feitas entre 2016 e 2019.
Adaptação do quadrinho escrito por Jeph Loeb e Jim Lee, o filme traz o Homem-Morcego lutando contra um inimigo completamente novo: Silêncio, cujas bandagens sobre seu rosto tornam sua identificação impossível. Habilidoso, o novo vilão manipula inimigos e aliados do Batman contra ele em um nível nunca visto, colocando em xeque suas habilidades de detetive.
Enquanto se recupera de uma cirurgia no crânio realizada pelo médico Thomas Elliot, amigo de infância, Bruce Wayne é obrigado a enfrentar Hera Venenosa, Mulher-Gato, Coringa, Arlequina, Bane, Espantalho, Charada e até o Superman, numa difícil busca pela verdade. Não fosse isso o bastante, o tal Silêncio parece saber que Batman e Bruce são a mesma pessoa.
Igual, mas diferente
Para quem conferiu a HQ, Silêncio é um prato cheio. Estão ali algumas palavras idênticas às do roteiro de Loeb e cenas visivelmente inspiradas nos quadros de Jim Lee. A história também traz elementos cruciais do papel, como o romance do Batman e da Mulher-Gato chegando a um novo patamar e a presença do Asa Noturna.
Entretanto, a animação se permite novos caminhos. Ainda que envolva muitos personagens, a história deixa alguns presentes no gibi de lado para recontar a história dentro do universo de animações da DC. Ou seja, o desenho conta com Damian Wayne, o mais novo Robin, apresentado em O Filho do Batman e que não existe no quadrinho.
O tom segue a pegada juvenil/adulto, com mais violência nas cenas de luta e linguagem mais pesada, uma tendência que a DC já vem seguindo nas animações que saem direto no home vídeo. O que cai como uma luva para essa história.
Mas, é no final que tudo muda pra valer. Com a identidade do vilão Silêncio alterada em relação à obra original e um desfecho mais simples do que o colocado pela HQ. Essa mudança, no fim, acaba sendo uma boa ideia, por deixar tudo mais compreensível, principalmente para quem não leu o gibi. Mais um acerto do departamento de animação, que parece ter voltado a olhar com carinho para quem coleciona suas produções em disco.