A Searchlight Pictures (antiga Fox) vem fazendo apostas no gênero de terror. Foi assim com a adaptação de uma história em quadrinhos em O Mensageiro do Último Dia (leia nossa crítica) e será com o vindouro Espíritos Obscuros (assista ao trailer) – focado na figura do Wendigo. Com A Casa Sombria (The Night House, EUA/Reino Unido, 2020), que estreia quinta-feira (23) nos cinemas, temos uma abordagem diferente e assustadora para uma história de fantasmas.
Dirigido por David Bruckner (O Ritual), o filme acompanha a viúva Beth (Rebecca Hall, de Homem de Ferro 3), que há alguns dias perdeu seu marido, Owen (Evan Jonigkeit, de Juntos Mas Separados). Confusa e abalada pelo luto, a moça passa a ser assombrada por estranhos fenômenos no entorno de sua casa (uma propriedade embrenhada numa floresta e próxima a um rio) e investiga sua ligação com o falecido. Com isso, a protagonista começa um teste de sanidade.
Na prática, o roteiro assinado por Ben Collins e Luke Piotrowski (dupla responsável por Tempos Obscuros) lança uma série de teorias sobre do que de fato está sendo apresentado, algo que logo deixa quem assiste cheio de caraminholas na cabeça. E isso é ponto positivo. Entre a possibilidade de estarmos diante de um mundo invertido, espíritos aprisionados ou no chamado “labirinto grego”, o que não falta são motivos levarmos sustos e arrepios.
Performance sobrenatural
Enquanto a narrativa se revela – satisfatoriamente ou não –, o maior mérito da produção está em Rebecca Hall, que domina o longa de ponta a ponta, quase sempre segurando o suspense com cenas em que está sozinha. O pânico, a incredulidade com as descobertas sobre o marido e o terror pela experiência a que sua personagem é imposta são estampadas com espantadora perfeição durante 1h47. O que sustenta até o quase inconclusivo final.
De execução eficientemente assustadora, A Casa Sombria entrega muito do que se propõe, mas poderia ser um pouco mais didático em sua amarração.