No Ritmo do Coração é drama inclusivo e encantador

No Ritmo do Coração é drama inclusivo e encantador

Estreando nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (23), No Ritmo do Coração (Coda, EUA/França/Canadá, 2021) traz em sua bagagem 4 prêmios no Festival Sundance 2021 em avaliações do público e júri. Emotivo e inclusivo, o título conta a história de Ruby Rossi (Emilia Jones, de Locke and Key), adolescente que é a única não surda em sua família, mas que no ensino médio manifesta dom natural para a música. Situação curiosa, não?

Dirigido por Sian Heder (Orange Is the New Black), o longa faz uso da ironia em sua premissa para debater de forma bastante espirituosa a questão da acessibilidade. Afinal, a protagonista atua como elo entre seus pais e irmão mais velho com a vizinhança, o que inclui acompanhar sua família no trabalho com pesca e negociação de produtos. Porém, com a responsabilidade que tem, resta pouco tempo e espaço para ela descobrir e se dedicar ao que gosta.

Tudo muda quando Ruby se deixa levar pelo crush que tem sobre Miles (Ferdia Walsh-Peelo, de Vikings), um colega de escola, que se inscreve no clube do coral. Pela companhia, Ruby também entra para o grupo e percebe que realmente possui talento para cantar. A partir daí, cabe à jovem tentar fazer sua família entender a importância que a música tem para sua vida, bem como encontrar uma forma para os pais poderem trabalhar de maneira independente.

Entre sorrisos e lágrimas

Claro, a personagem principal está diante de uma decisão difícil – e isso resulta em uma grande carga dramática. Contudo, a produção surpreende pela leveza com que conduz tudo. Por exemplo, o professor Bernardo Villalobos (Eugenio Derbez, de Dora e a Cidade Perdida), cuja personalidade excêntrica se faz um show à parte e provoca Ruby a atingir seu potencial. Do senso de humor irônico às broncas mais ríspidas e ácidas, o personagem rouba a cena.

Além disso, o pai de Ruby, Frank (Troy Kotsur, de Número 23), sua mãe, Jackie (Marlee Matlin, de The L Word), e o irmão, Leo (Daniel Durant, de Switched at Birth), divertem com a dinâmica de uma família jovem e desencanada, mas também comovem pelo senso de deslocamento e incompreensão que sofrem pela comunidade. Dessa forma, o elenco entrega atuações primorosas, especialmente por Emilia Jones que emociona sempre que solta a voz.

Mensagem necessária

Obra de arte relevante, No Ritmo do Coração sensibiliza o público sobre a carência de formas mais inclusivas de comunicação. Afinal, considerando apenas o cenário nacional, o Brasil tem 10 milhões de pessoas com algum problema relacionado à surdez, número que se aproxima de 5% da população, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) de 2020. Ou seja, é uma parcela da sociedade que não pode mais se sentir excluída.

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