O ano era 2016 e a DC Comics já havia lançado cinco produções de seu universo animado compartilhado, entre longas do Batman e Liga da Justiça, feitas diretamente para o home video. Chegou, então, o momento para expandi-lo com novos personagens e a escolha foi a equipe de heróis adolescentes da casa. Dirigido por Sam Liu, Liga da Justiça e os Jovens Titãs – disponível no catálogo do Looke – apresentou o grupo, costurando as tramas estabelecidas nos longas anteriores do time, mas usando como fio condutor os acontecimentos de Batman vs. Robin.
Na história, após quase ter perdido seu filho e parceiro no combate ao crime, Damian (Stuart Allan, de Transformers: Robots in Disguise), para a Corte das Corujas, Bruce Wayne decide que o garoto precisa passar mais tempo com outros adolescentes de sua idade e aprender a conviver com eles. Sem falar que toda a sorte de malucos que vive em Gotham são uma infinidade de gatilhos para que ele colocasse em prática o treinamento da Liga dos Assassinos se Ra’s al Ghul, que recebeu desde seu nascimento.
A animação consolidou o elenco de dubladores do universo animado, com o retorno de Jason O’Mara (Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.) como Batman, Christopher Gorham (Ugly Betty) como Flash, Shemar Moore (S.W.A.T.) como Ciborgue, e Sean Astin (O Senhor dos Anéis) como Shazam, assim como Jerry O’ Connel (Billions) como Superman, Rosario Dawson (Luke Cage) como Mulher-Maravilha e Nathan Fillion (Castle) como Lanterna Verde.
Os estranhos no ninho
Para apresentar os Titãs, a DC apostou no clássico arco de origem de Ravena e sua relação com o demônio Trigon, seu pai, escrito no começo da década de 1980. Além dela, dublada por Taissa Farmiga (American Horror Story), a equipe da animação traz a líder Estelar (Kari Wahlgren, de Carmen Sandiego), Mutano (Brandon Soo Hoo, de Um Drink no Inferno) e o novo Besouro Azul (Jake T. Austin, de Os Feiticeiros de Waverly Place). E quando falo novo, me refiro ao fato de que o personagem estar em sua encarnação recente: Jaime Reyes, que veste uma armadura inteligente e alienígena com a forma de um escaravelho.
Com boas cenas de luta, Liga da Justiça e os Jovens Titãs acerta ao inserir o novo Robin como elemento estranho a esse universo de magia. O roteiro ainda vai bem ao conseguir encaixar Damian, que não existia na época da história original, como personagem essencial na trama e utiliza a ligação que se forma entre ele e Ravena, por não se sentirem parte do grupo, para desenvolver ambos os personagens. Em uma lição sobre pertencimento e trabalho em equipe.
Porém, mesmo com cenas impecáveis e um bom roteiro, o enredo central deste desenho passa a impressão de mais do mesmo se assistida hoje, mesmo tendo vindo anos antes da série em live-action. Mas, nem por isso ela é descartável e funciona para conhecer melhor o Besouro Azul, por exemplo, e torcer para que ele apareça nas próximas temporadas de Titãs.