Em 2023, os mutantes da Marvel conhecidos como X-Men completam 60 anos de trajetória com centenas de HQs publicadas no Brasil, diversos personagens e muitos enredos. Apesar das histórias tão presentes na vida dos nerds, até por conta de filmes recentes, como X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014) e Logan (2017), a criação do grupo de mutantes aconteceu em 1963 pelas mãos de Jack Kirby e Stan Lee.
Em suas edições publicadas nesses 60 anos de existência, muitos personagens apareceram e muitos momentos marcaram a história dos fãs. Por exemplo, Wolverine apareceu pela primeira vez como vilão em uma HQ do Hulk.
A arte imita a vida e muitos mostram as semelhanças dos discursos na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos, Martin Luther King Jr. e Malcolm X, com os grandes porta-vozes do movimento mutante nas histórias em quadrinhos: Professor Xavier e Magneto. Malcolm X defendia a guerra contra quem negava sua existência e acreditava em se defender com quaisquer meios, assim como Magneto na luta dos mutantes na ficção. Já Martin Luther King Jr. acreditava na igualdade e buscava alcançar seus direitos por meios pacíficos, assim como o Professor Xavier.
Anos 80
A maioria dos personagens de X-Men que conhecemos e amamos hoje foram criados por John Byrne e Chris Claremont. Claremont passou a adotar um discurso necessário em suas histórias: a questão do racismo e segregação. Seus personagens, diferente de outros heróis, nasceram com seus poderes, não foram vítimas de algum experimento ou escolheram ser assim, eles apenas são.
O quadrinho Deus Ama, O Homem Mata foi capaz de unir os X-Men e Magneto contra um inimigo em comum, Stryker, um carismático pastor que pregava o fim dos mutantes. Já a HQ Inferno conseguiu unir os três títulos mais importantes dos X-Men na época: X-Factor, X-Men e Novos Mutantes.
Anos 90
Na época, a Marvel estava dividindo seus heróis entre os grandes desenhistas da empresa, como Rob Liefeld, que ficou responsável pela X-Force, divisão secreta e militar dos X-Men. Na época, a edição de lançamento vendeu por volta de 4 milhões de quadrinhos nos Estados Unidos, alcançando uma nova marca no mercado. X-Men ficou aos cuidados de Jim Lee, considerado um dos maiores desenhistas da geração. E não é à toa que a primeira HQ feita por ele com a história dos heróis mutantes vendeu 8 milhões de exemplares, um marco nunca antes alcançado na história dos quadrinhos.
Anos 2000
O escocês Grant Morrison, foi colocado à frente do título e tratou logo de eliminar os trajes coloridos dos personagens, usando um látex preto e amarelo em sincronia com o que o público havia acabado de ver chegar aos cinemas pelo diretor Bryan Singer. O que tivemos foi um Morrison bem mais auto contido, que trouxe boas tramas para os X-Men e com isso um frescor que conseguiu novamente conquistar os leitores.
Em meados de 2004, a Marvel resolveu chamar Joss Whedon e John Cassaday para tocar uma nova fase dos mutantes. Cassaday, à época, tinha em seu currículo diversos trabalhos de peso, como Capitão América e Planetary. Todo o run de Whedon é um resgate dos elementos inseridos pelo escritor Chris Claremont.