Curte séries inspiradas em histórias em quadrinhos? Que tal sair um pouco do tradicional eixo “Marvel-DC Comics”? Citada na lista das melhores séries de super-heróis de 2016, Wynonna Earp teve a sua 1ª temporada transmitida pelo canal Syfy norte-americano e surge como uma opção divertida, despretensiosa e, ainda assim, repleta de aventuras. Fazendo tudo de errado dar certo, o programa apresenta uma heroína desbocada e problemática numa trama de faroeste envolvendo uma legião de demônios fora-da-lei, uma antiga maldição e um revólver invocado.
Baseado nas HQs de Beau Smith, publicadas pela Image Comics e IDW Publishing, o seriado acompanha a tataraneta do famoso Wyatt Earp em sua volta à pequena cidade de Purgatory, local em que uma onda de assassinatos bizarros e diversas atividades macabras começaram a ocorrer. Dona de um passado trágico, a jovem Wynonna (Melanie Scrofano, de Damien) descobre ser a herdeira do xerife lendário e, a partir daí, precisa fazer o que nenhum Earp jamais conseguiu (depois do velho Wyatt): eliminar os 77 bandidos retornados do inferno.
Para enfrentar os vilões, Wynonna conta com a ajuda da irmã caçula e sabe-tudo, Waverly (Dominique Provost-Chalkley, de Vingadores: Era de Ultron), do agente federal Dolls (Shamier Anderson, de Raça), da Divisão Tarja Preta, e do misterioso pistoleiro Doc Holliday (Tim Rozon, de Lost Girl). Enquanto isso, do lado das trevas estão Bobo Del Rey (Michael Eklund, de Motel Bates), a bruxa Constance Clootie (Rayisa Kondracki, de Bitten) e diferentes antagonistas de maior ou menor importância, variando entre um episódio e outro.
Com 13 episódios em seu primeiro ano, Wynonna Earp inicialmente dá a impressão de possuir uma trama principal bastante simples, porém, no decorrer da temporada, vai construindo sagas cada vez mais elaboradas e encaminha os seus personagens para jornadas individuais. Mesmo com atuações no geral fracas, efeitos especiais limitados e piadas aparentemente escritas por um adolescente, a série conquista pelo carisma da atriz Melanie Scrofano como Wynonna, por exibir uma história de faroeste sobrenatural e pela personalidade toda original.
Uma das poucas atrações do gênero estrelada por uma heroína, Wynonna Earp fortalece o empoderamento feminino ao concentrar seus holofotes em uma garota casca-grossa, determinada, boca suja e de espírito livre, e por trazer um simpático relacionamento lésbico, assim como colocar mulheres sempre em posição de poder e salvando o dia.