Dory pode até não se lembrar, mas ela provavelmente fez parte da sua infância e, com certeza, você jamais se esqueceu da adorável peixe da espécie Cirurgião-Patela, mesmo que o lançamento de Procurando Nemo tenha sido há 13 anos. Agora, a personagem volta ao cinema para protagonizar sua própria aventura, na nova produção da Disney•Pixar, continuando sob a direção de Andrew Stanton (WALL·E). Contando com as vozes de Marília Gabriela e Antonio Tabet (Porta dos Fundos) na versão brasileira, Procurando Dory é a principal estreia desta semana no circuito nacional.
Apesar de mais de uma década ter se passado fora da ficção, a animação tem sua trama situada somente 1 ano após os acontecimentos do longa anterior, trazendo inicialmente poucas inovações (o que não é nenhum problema!) ao universo submarino habitado por Marlin, Nemo e Dory. Deste modo, além da novidade de Dory morando com Marlin e seu filho, o filme revisita figuras como a tartaruga descolada Crush e o professor da escola do recife, o Mr. Ray.
Simples, porém, envolvente, a história de Procurando Dory recorre ao mesmo modelo visto em Procurando Nemo – caso o título não tenha deixado claro. Sendo assim, graças a um lampejo de lembrança, Dory, que sofre de perda de memória recente, decide investigar o paradeiro de seus pais para reencontrá-los. Com uma missão de busca já definida, a protagonista reúne Marlin e o pequeno Nemo para mais uma vez encarar as adversidades do ambiente marinho, enfrentar predadores e situações inesperadas e conhecer novos aliados.
Embora proporcione boas piadas, especialmente com o polvo Hank (na voz de Tabet), Procurando Dory destaca-se pela carga dramática, uma vez que os flashbacks sobre a infância da peixe azul brilhante sensibilizam com muita efetividade. Soma-se a isso o uso da falta de memória de curto prazo de Dory como metáfora para simbolizar o quanto cada indivíduo pode se sentir perdido, vagando por um mundo tão gigantesco como o mar sem saber o que está procurando (se você já se sentiu assim, prepare-se, pois, lágrimas, nó na garganta ou no estômago são inevitáveis).
Feito para quem cresceu assistindo a Procurando Nemo e também para a garotada de hoje, o título não se restringe a atender o público nostálgico, assumindo possibilidades inéditas com a introdução da tubarão baleia Destiny, a dramática baleia branca Bailey e Becky, a mergulhão esquisita. Mantendo o padrão de qualidade do selo Disney•Pixar (assim como O Bom Dinossauro, Divertida Mente, Toy Story e muitos outros), Procurando Dory consegue tornar a versão com dublagem brasileira mais cativante do que a original e faz toda a espera valer a pena.
Procurando Dory estreia nos cinemas nesta quinta-feira (30/06).
Dica: chegue antes na sessão para conferir o simpático curta Piper!