Vingadores Selvagens: HQ é épico sangrento da Marvel

Carlos Bazela

Anunciada na CCXP 2019 durante o painel da Panini, a HQ Vingadores Selvagens: Cidade das Foices chegou às bancas, comic shops e livrarias entre julho e agosto deste ano trazendo como premissa a união de alguns dos personagens mais brutais da Marvel, como Wolverine, Justiceiro, Conan – O Bárbaro e Venom.

A história, que ainda recruta Elektra e Doutor Vodu, tem sangue o suficiente para preencher uma bacia. E é exatamente isso que os anti-heróis da Casa das Ideias precisam impedir. Uma vez cheio, o receptáculo localizado na Terra Selvagem trará ao mundo Jhoatun Lau, o Deus da Medula, uma criatura vinda de além de Plutão para literalmente devorar seres humanos e espalhar o caos no planeta.

Ao integrar os Vingadores Selvagens, Conan é sacramentado como parte do universo Marvel.

O monstro é invocado pelo culto que tem o feiticeiro Kulan Gath no comando. O estranho bruxo é originário da Era Hiboriana,  período no qual vive o Conan e mostra a importância crucial dele para a trama. Sediar a Cidade das Foices, covil do clã, na Terra Selvagem é outro acerto, pois contextualiza o elo perdido da Marvel como local existente em diversos pontos do tempo e do espaço e explica a presença do bárbaro cimério na mesma época dos demais.

A apresentação dos personagens também é feita de uma forma que até os menos conhecidos do grande público têm destaque. Se desenrolando como um bom RPG, a HQ traz o suficiente sobre cada um para que o leitor não se perca. Ao ponto que o instiga a conhecer melhor as figuras que vão compor o grupo. Uma boa notícia para os leitores novatos, que não precisam de páginas e páginas de histórico do Universo Marvel para curtir a aventura.

Arte brasileira

Um outro ponto forte de Vingadores Selvagens são as ilustrações do brasileiro Mike Deodato Jr. Detalhista na medida e sombrios quando a trama convém, os desenhos caem como uma luva para contar uma história mística e com tantos elementos gore. Para finalizar, a arte de Deodato ainda recebe as ótimas cores de Frank Martin, que respeita o traço sinistro do paraibano.

E, por mais que feiticeiros e invocações demoníacas com rituais de sangue não sejam novidade, principalmente em histórias mais violentas e puxadas para tempos medievais, como as do Conan, Vingadores Selvagens inova mesmo por trazer personagens tão complicados em um mesmo contexto sem descaracterizar demais nenhum.

Cidade das Foices também se conclui de forma justa para um primeiro volume, terminando o primeiro arco com o respiro necessário para o leitor ao ponto que planta diversos elementos para serem colhidos nas próximas edições. Uma boa leitura, seja para iniciados na Marvel que estão em busca de entretenimento de qualidade, mas sem mega-sagas que se prolongam por dezenas de gibis no mesmo mês, ou a quem quer conhecer a Casa das Ideias no papel por um caminho mais adulto e violento.

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