Indicado ao Globo de Ouro de 2019 na categoria de Melhor Roteiro Original, Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, EUA, 2018) chegou aos cinemas com o objetivo de impulsionar o gênero de invasões alienígenas – que teve seu ápice entre a década de 1990 e início de 2000. Propondo uma nova perspectiva sobre o segmento, o ator e diretor de John Krasinski (conhecido por The Office e Jack Ryan) convida o telespectador a um mundo hostil, no qual o que restou da população mundial precisa fazer absoluto silêncio se quiser sobreviver a extraterrestres.
Na história escrita por Bryan Woods e Scott Beck (dupla que assina Haunt), a Terra foi atacada por criaturas de aspecto humanoide que, devido à ausência de visão, utilizam o sentido da audição como radar para suas caçadas implacáveis. Com apenas 1h25 de duração, o longa começa no dia número 89 desde o início da invasão e apresenta as condições precárias em que a humanidade passa a viver. Nas cidades, as ruas vazias são tomadas por silêncio ensurdecedor, uma vez que o menor dos ruídos indubitavelmente significa morte instantânea.
Neste cenário, conhecemos a família de Lee (Krasinski) e Evelyn Abbott (Emily Blunt, de O Retorno de Mary Poppins), que procura resistir aos perigos dos aliens, enquanto cria seus os filhos, Regan (Millicent Simmonds, de Sem Fôlego), Marcus (Noah Jupe, de Ford vs Ferrari) e o caçula Beau (Cade Woodward, de Vingadores: Ultimato). Porém, depois que uma tragédia atinge a família, reencontramos os Abbott 400 dias após o surgimento dos monstros, momento em que a família lidando com os desdobramentos da perda à medida que luta pela vida.
A tensão do longa se constrói quando as coisas voltam a sair do controle e os sobreviventes precisam improvisar e usar tudo o que aprenderam sobre os alienígenas para combatê-los, encurralados em um mundo onde o homem já não mais ocupa o topo da cadeia alimentar. Assim, o longa utiliza do silêncio e da iminência de morte como base para seguir criando suspense – desenvolvido sem exagero com sustos clichês. O trunfo é o bom desenvolvimento dos personagens, que rapidamente conquistam o apego emocional de quem está assistindo.
Caindo como uma luva para a atmosfera de terror, a falta de barulhos que predomina nesta produção se faz um desafio para os atores. Afinal, grande parte dos diálogos é desempenhada na linguagem de sinais – algo bastante positivo para a popularização desta forma de comunicação, essencial a portadores de deficiência auditiva. Com poucas falas, cabe ao elenco colocar em cena suas emoções por meio de expressões faciais e corporais – recurso que faz Um Lugar Silencioso uma experiência marcante.
Não é à toa que Um Lugar Silencioso – Parte 2 está a caminho!