O Japão sempre levou a sério o gênero de “tokusatsu”. Como nos mangás e animes, os seriados em live-action com seus super-heróis e monstros gigantes têm espaço de destaque na cultura local e já garantiu uma legião de fãs no ocidente. Afinal, quem no mundo não conhece o fenômenos como Power Rangers?
Entretanto, se há uma produção deste tipo que pode ser considerada das mais importantes é Ultraman. Com diferentes encarnações e visuais ao longo dos anos, o personagem foi recriado no mangá de Shimizu Eiichi e Shimoguchi Tomohiro – também publicado no Brasil – e está em um novo programa de 12 episódios, disponível exclusivamente na Netflix.
Na nova trama, o hospedeiro do Ultraman original, Shin Hayata, foi libertado da simbiose a qual vivia com seu alter ego alienígena após perceber que nenhuma criatura ameaçava a Terra. Embora sem memória das aventuras que tivera, ele sempre contato com a Patrulha Científica, organização que assessorava o Ultraman e estudava os monstros que vinham ao planeta.
Hayata se casou e teve um filho, Shinjiro. Porém, o gigante vermelho deixou um presente ao ir embora: uma fisiologia melhorada que confere para Hayata força e resistência amplificadas. E isso passou para seu filho, algo que ele descobre depois de Shinjiro sofrer uma queda na infância e sair ileso.
Um novo Ultraman
Após uma criatura estranha de forma humanoide explodir um avião, a Patrulha tem certeza de que aliens hostis estão ameaçando a Terra novamente. No entanto, há um plano de contingência: a armadura criada para emular os poderes do Ultraman que Hayata precisa vestir.
Gravemente ferido em seu primeiro combate, o velho herói vê que é tempo de um novo Ultraman, isto é, Shinjiro – adolescente que está compreendendo suas habilidades recém-descobertas e precisa aprender a controle seu uniforme. O jovem então descobre que muitos alienígenas jamais foram embora – nem têm mais tamanho gigante – e formaram uma colônia na periferia de Tóquio, andando camuflados entre os humanos.
Quando a maioria do ETs se mostra pacífica, quem será o inimigo? É isso que Shinjiro se propõe a descobrir enquanto treina para defender a Terra e conhece um pouco mais seu pai, com quem tinha uma relação distante – mas amorosa – até então.
Animação caprichada
Ao modo que a própria história adaptada do mangá já é um presente aos fãs da Dinastia Ultra, incluindo uma versão atualizada do Ultraseven (com direito a espada e armadura diferente), a animação enche os olhos. O tratamento digital do anime já foi usado em outras produções da Netflix – como o revival de Cyborg 009 – e garante belíssima sequências de ação e efeitos bem trabalhados, como merecem as batalhas do Ultraman.
E ainda há espaço para um drama adolescente, no romance insinuado entre Shinjiro e a cantora Rena, que, a princípio, admira Ultraman e não sabe que quem veste a armadura está mais próximo do que imagina.
No fim, Ultraman é daquelas séries que acompanhamos com doses de amor e ódio pelo protagonista, à medida que ele descobre quem é e o que pode fazer, o que nos deixa sedentos pela próxima temporada. Agora é com você, Netflix.