Depois de arrebanhar uma legião de fãs, a série de The Walking Dead penou por longos anos até encontrar seu fim. Não me entenda mal: a proposta da história é sim digna de admiração, mas é compreensível a perda de público. Afinal, arcos inteiros queridos dos quadrinhos acabaram desfigurados, bem como o elenco que conquistou a audiência. Dessa forma, se distanciaram do título Andrew Lincoln (Rick Grimes), Danai Gurira (Michonne) e Chandler Riggs (Carl Grimes), por exemplo.
O seriado, desenvolvido canal AMC, chegou a sua décima primeira temporada sem os protagonistas originais e, no Brasil, com distribuição apenas pelo streaming Star+, da Disney. Sob o comando da Angela Kang, a obra procurou compensar em sua temporada final os desfalques causados pela pandemia. Dessa forma, o 11º ano de ‘The Walking Dead’ foi ao ar com 24 episódios. Poderia significar um narrativa tão longa quanto densa, mas não isso que aconteceu.
Primeira parte
O primeiro arco, dos capítulos 1 a 8, se concentra no retorno de Maggie (Lauren Cohan), que junta forças a contragosto com Negan (Jeffrey Dean Morgan), no confronto contra os Reapers. O grupo demonstra algum tipo de fanatismo religioso, não é toa que seu líder é chamado de Pope (Ritchie Coster, de Tulsa King). O vilão não apresenta peso significativo para a última temporada. Com isso, o destaque aqui é Leah (Lynn Collins, de Bosch), interesse amoroso de Daryl, que serve aos Reapers.
Segunda parte
Dos episódios 9 a 16, o programa volta os olhos para Commonwealth. O intuito deste período é mostrar que a gigantesca comunidade representa o resgate da antiga civilização pré-apocalipse zumbi, mas que também traz seu pior. Divisões sociais limitam quantos benefícios cada nicho deve receber e o quão implacável será a justiça caso cometa infração. Quem mostra as garras nisso é Lance Hornsby (Josh Hamilton, de Os Escolhidos), diretor de operações que anexa à força comunidades vizinhas.
Terceira parte
A última etapa afirma que surgiu uma variante mais ligeira de zumbis. Contudo, isso é explorado em apenas um episódio – do 17 ao 24, que fecham a série. Esse arco coloca Eugene (Josh McDermitt) como protagonista injustiçado pela governadora Pamela Milton (Laila Robins, de The Boys), servindo de alerta ao povo de Commonwealth. Pamela e seu filho representam o privilégio da elite em cometer atrocidades e sair ilesa – ou quase. Vale citar Negan, disposto a se sacrificar pela família que construiu (do nada).