‘The Last of Us’: lição sobre a arte de saber perder

‘The Last of Us’: lição sobre a arte de saber perder

Alguns recebem lições sobre o que é perder pelo esporte, enquanto outros aprendem pela vida em si. Mas, desde 2013, gerações estão lidando com perdas por meio do game The Last of Us, desenvolvido pela Naughty Dog inicialmente para consoles PlayStation. Dez anos (de muito sucesso) depois, a HBO lançou a adaptação da saga de Joel e Ellie num mundo devastado pela evolução de um fungo que transformou humanos em zumbis.

Como no jogo – e em boa parte das histórias desse gênero –, não é sobre os mortos, e sim sobre os vivos. A atração adaptada pelos produtores Neil Druckmann (criador do game) e Craig Mazin se concentra nos esforços de quem fica em lidar com a falta dos que se foram. Joel (Pedro Pascal) é o primeiro a ser apresentado. E se havia dúvida de que Pascal poderia expressar tanto dano emocional (de cara limpa, sem o capacete do Mandaloriano), já não há mais.

O personagem lida com uma sequência de perdas que se inicia com sua filha, Sarah (Nico Parker), e termina com sua esperança sobre a humanidade. Igual ao game, o que muda na jornada do protagonista é conhecer Ellie (Bella Ramsey). A garota é imune ao fungo Cordyceps e acaba tratada como possível fonte da cura pela milícia chamada Vagalumes. Nesta 1ª temporada, o trabalho de Joel é cruzar os EUA para entregar Ellie aos revolucionários.

Amor para seguir em frente

Esta temporada que adapta o primeiro jogo possui 9 episódios. E, claro, muito disso focado no desenvolvimento da relação de Joel como “pai postiço” de Ellie. A menina encanta pela inocência com que olha para uma girafa ou qualquer símbolo da civilização sepultada. Para Joel, ver alguém experimentando com entusiasmo tanto de um mundo que ele considerou morto é uma forma de acreditar que a vida ainda vale a pena.

Na perspectiva de Ellie, encontrar quem lhe trata como uma pessoa, como uma criança, também é novidade. Afinal, a primeira vez que a jovem surge em cena é amarrada e tratada como produto. Descobrir que alguém se importa a ponto de colocar a vida em risco faz Ellie perceber que existe bondade em tempos tão cruéis. A personagem, mesmo com seu jeito irreverente, comove por ter sofrido e superado perdas desde bebê.

E o que somos além dos resultados de cada experiência?

Humanidade em perspectiva

É bem verdade que Joel toma uma decisão impossível no final da temporada – que vai de você julgar. Mas aqui vamos falar sobre o episódio 5, que estende o arco de Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett). O sentimento colocado neste capítulo impressiona por construir uma belíssima história de amor, do zero, em 1h16 de duração. O que se vê em tela é o tipo de amor que dá propósito, que faz pessoas se recusarem a imaginar um mundo onde seu par não está.

Esse tipo de sentimento deve ser o mais puro e intenso que se pode ter – e algo assim florescer em um mundo pós-apocalíptico é simplesmente extraordinário.

Por outro lado, há também os verdadeiros monstros trazidos no episódios 8. Nele, são vistos os canibais liderados por David (Scott Shepherd). Lobo em pele de cordeiro, o vilão fala manso e exibe postura confiável, mas esconde camadas de terror com o que há de pior na humanidade. Um baque no espectador, o desfecho dessa passagem se torna um grande trauma para Ellie e para Joel, que entende que não conseguirá protegê-la de todo mal.

Entre tudo isso, temos ainda os zumbis – que assustam, mas impactam mais na experiência pelo game.

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