Sucesso incontestável em seu primeiro ano, The Last of Us deixou aos fãs um sabor agridoce com o final de sua 2ª temporada. A ausência de Joel (Pedro Pascal) pesou, provando que sua morte precoce pode ter funcionado melhor no game do que na série, que ficou carente de sua dinâmica com Ellie (Bella Ramsey). Além disso, a jornada de vingança de Ellie e Dina (Isabela Merced) se transformou em uma novela adolescente.
Mudanças
Uma das coisas mais louváveis da primeira temporada de The Last of Us é a fidelidade com que os produtores trataram o material original. Desta forma, as poucas mudanças que foram adicionadas ao enredo serviram para complementar elementos de uma história que já é muito boa, somadas ainda a dinâmica ímpar entre Joel e Ellie, que é o coração da história tanto no seriado quanto no jogo.
Contudo, essas pequenas mudanças na história foram de um “colocar o dedinho na água para sentir a temperatura” para um salto de barriga na piscina. Assim, embora pequenas mudanças fossem necessárias para adaptar o game para uma série, muitas mudanças da segunda temporada se mostraram simplesmente desnecessárias.

Um desses casos questionáveis é: por qual razão Tommy (Gabriel Luna) foi tão passivo na série? Sendo que, no jogo, ele é a principal força de Ellie e Dina em Seattle? O irmão de Joel parece estar completamente alheio ao fato de que seu irmão foi brutalmente assassinado em seu próprio lar, deixando de ser aquele que deixou um rastro de corpos em Seattle para alguém que mal tem um peso na trama.
E por qual razão a vingança de Ellie parece ter tão pouco peso na história? Em vários momentos parece que a garota não está tão certa do que está fazendo, com a sensação de que é a vingança é um fardo para ela e não uma vontade, ficando muito difícil acreditar que ela largaria tudo para acabar com Abby (Kaitlyn Dever), como acontece no game.
Sem Ellie nem Joel
Ainda assim, vale ressaltar que o roteiro um pouco confuso da série é salvo em vários momentos pela atuação de Bella Ramsey, como na cena da morte de Nora e, principalmente, nos flashbacks com Joel, sendo esse uma das melhores partes de toda a segunda temporada de The Last of Us.

Deste modo, apesar da relação de Ellie com Dina ser uma das mudanças boas do novo ano, a produção vai precisar ralar pra atrair o público para uma terceira temporada que não terá nem Joel nem Ellie. Afinal, é muito difícil um jogador abandonar um game que custou 300 reais, mas bem fácil abandonar uma série que não agrada.
Com isso, o último episódio da segunda temporada de The Last of Us confirma a adaptação do arco de Abby (uma das melhores coisas do game The Last of Us Part II) e que veremos mais da guerra da WLF contra os Serafitas.