Star Trek: Picard: 1ª temporada tem boa história e reencontros como alicerce

Carlos Bazela

Tão icônicos quanto a franquia Star Trek e a própria espaçonave Enterprise, são os homens que a comandaram. E, ainda que James T. Kirk (imortalizado por William Shatner) seja o mais famoso, é possível dizer que Jean-Luc Picard (Patrick Stewart, de X-Men), de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, é o mais prestigiado. Enquanto Kirk é lembrado como um autêntico militar de nervos de aço e pavio curto, Picard contornou situações difíceis com diplomacia, mas sem hesitar em se colocar na linha de fogo ou mesmo puxar o gatilho quando preciso.

Foi com isso em mente que o Amazon Prime Video lançou Star Trek: Picard, seriado dedicado ao capitão, que desde o início promete aparições de personagens de destaque nas sete temporadas de A Nova Geração, como são a conselheira Deanna Troi (Marina Sirtis, de Justiça Jovem) e William Riker (Jonatham Frakes, de Gárgulas). Participações escolhidas a dedo para conquistar os fãs mais ávidos da franquia em 10 episódios, liberados semanalmente pelo streaming.

Star Trek: Picard - Boletim Nerd
Sir Patrick Stewart ressurge como Picard após 17 anos longe do papel. (Foto: Amazon Prime Video)

Na história, o capitão vive uma vida pacata em seu vinhedo. Mas, isso não significa tranquila. Picard ainda carrega o fardo de uma perda ao lado da Federação dos Planetas Unidos: o fracasso do êxodo dos Romulanos depois que seu mundo foi perdido, já que um ataque feito por androides destruiu as instalações que iriam receber os refugiados em Marte. O ato culminou com a desativação e a proibição das pesquisas com seres sintéticos em todos os planetas da Federação, algo que rende pesadelos recorrentes ao hoje almirante.

A Jornada de Picard

O ex-capitão tem sonhos frequentes com seu amigo, o androide Data (Brent Spiner, de Independece Day), morto no longa Jornada nas Estrelas: Nêmesis (2002). Neles, Data dá a entender que deixou uma filha. Mesmo que isso pareça loucura, Picard se dispõe a arriscar o que lhe resta de vida para perseguir essa ideia. Então, seus caminhos se cruzam com o das cientistas Soji Asha (Isa Briones, de American Crime Story) e Agnes Jurati (Alison Pill, de The Newsroom), da ex-oficial Raffi Musiker (Michelle Hurd, de Blindspot) e de Cristóbal Rios (Santiago Cabrera, de Heroes), capitão da nave La Serena.

E já que os androides são o tema central da trama, não é de se espantar que os Borg tenham larga participação na série. A presença deles mostra que os produtores fizeram a lição de casa. Afinal, Picard já foi foi assimilado pela coletividade como Locutus, figura do alto escalão da espécie. No entanto, o contexto do Artefato, cubo Borg, no qual todos foram desconectados e passam por um processo de ressocialização, traz um nova e bem-vinda interpretação aos ciborgues, abrindo caminho para debates interessantes sobre conceitos de humanidade.

Star Trek: Picard - Boletim Nerd
A narrativa gira em torno da origem de Soji Asha. (Foto: Amazon Prime Video)

É nesse clima, de ódio, vingança, política e convivência, assuntos frequentes no universo de Star Trek, que Picard conduz sua jornada pessoal, tendo apenas sua intuição como bússola. E, ainda que flua de uma forma menos intensa do que a ótima Star Trek: Discovery, a série do Prime Video contém bons momentos de ação e reviravoltas interessantes, que amarram com maestria esse primeiro ano, sem deixar gancho concreto para a próxima temporada. Ainda que já esteja confirmada.

Next Post

Ponto de Ignição: animação adapta HQ marcante com maturidade singular

Se você acompanha os quadrinhos, já deve conhecer Ponto de Ignição (“Flashpoint“, título original). A HQ mostra Barry Allen (Justin Chambers, de Grey’s Anatomy), o Flash, acordando sem poderes num mundo em meio à guerra iminente entre as Amazonas, lideradas pela Mulher-Maravilha, e os Atlantis, súditos de Aquaman. E, para […]