Tom Cruise bem que tentou encarnar o personagem dos livros de Lee Child. Foram dois filmes lançados, mas com pouca adesão. Vendo a oportunidade, o Prime Video tomou para si a missão de dar vida a Jack Reacher apostando num ator quase desconhecido do público. Uma grande aposta que poderia resultar em um grande fiasco. Percebeu o uso repetido de “grande”? Foi de propósito, porque essa é a palavra para descrever a motivação de Alan Ritchson em viver o protagonista da série.
Se a primeira temporada veio como uma boa surpresa, a segunda serviu para confirmação. Assim, as adaptações do autor britânico devem ter um longo caminho no streaming, e muito por estabelecer uma atmosfera madura, mais séria e violenta do que foi vista na versão para os cinemas. Além disso, o desenvolvimento físico de Ritchson vem conduzindo algo próximo de um culto ao halterofilismo, que tornou o elenco uma constante em revistas e sites sobre saúde e dieta.
Mas vamos nos concentrar na história da segunda temporada de Reacher:
Velha turma
Alguns meses após os eventos da 1ª temporada, Reacher é informado que um antigo amigo da 110ª unidade de investigadores especiais do exército americano foi brutalmente assassinado. Poderia ser um caso isolado, algo até esperado pelos perigos da natureza de sua profissão. No entanto, outros aliados desses tempos são dados como desaparecidos.
Isso faz com que o grandalhão se reúna a Frances Neagley (Maria Sten), Karla Dixon (Serinda Swan) e David O’Donnell (Shaun Sipos). Ou seja, os remanescentes da turma. Reacher tem uma dinâmica diferente com cada um deles. Enquanto Neagley é seu braço direito nas investigações, Dixon (perita em contabilidade) se revela um interesse amoroso.
Experiência vs. Força bruta
Verdade seja dita: você não vai achar por aí alguém apto a sair na mão com Jack Reacher. Por isso, o showrunner Nick Santora investe na adaptação de ‘Bad Luck and Trouble‘. Com isso, a história traz Shane Langston (Robert Patrick, de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final) como seu vilão. Policial sujo na juventude, Langston tenta lucrar com a venda ilegal da tecnologia do chamado projeto Little Wing, de mísseis inteligentes capazes de derrubar do céu qualquer coisa.
Entre burocracia, pistas falsas e conexões com outros tiras corruptos, o antagonista se equipara e ameaça ao time de mocinhos. Esse tipo de recurso dá noção de realismo à trama, pois impede o herói de sair derrubando portas e resolver tudo com meia dúzia de pancadas. Além disso, tal contexto valoriza mais os momentos em que Jack e companhia “põem a mão na massa”.
Entre ótimas cenas de ação, diálogos que humanizam o protagonista e a participação de uma figura do ano anterior, “Reacher” caminha a passos largos para sua terceira temporada. Que, por sinal, irá adaptar ‘Persuader‘, o sétimo livro da saga.