Rio2C: criadores de ‘Dark’ revelam bastidores

Rio2C: criadores de Dark revelam bastidores

O casal alemão Jantje Friese e Baran Bo Odar, que criou e produziu as séries Dark e 1899, da Netflix, abriu a quinta-feira (13) no Global Stage do Rio2C. Eles agradeceram o convite para sua primeira vinda à América do Sul e elogiaram o Rio de Janeiro – onde passaram a quarta-feira (12) circulando como anônimos, andando de metrô, indo à praia e fazendo programas cariocas.

A dupla falou sobre a transição que fizeram de produtores de longas para criadores de séries: “Na primeira temporada, não tínhamos ideia de como fazer uma série. Fizemos como um filme, e isso foi muito benéfico, porque conseguimos criar mudanças ao longo do caminho, porque o início ficou aberto. Foi um longo processo, mas acabamos aprendendo como fazer”, disse Friese.

“Éramos grandes fãs de ‘Lost’ e adoramos enigmas e códigos, ficamos obcecados com isso quando assistimos à série. Queríamos fazer algo assim com ‘Dark’. Funcionou porque há muitos nerds que gostam dessas coisas, como nós”, afirmou Odar.

Eles também comentaram sobre o fato de serem autores de uma exceção – um projeto criado em língua não-inglesa que foi consumido em diversos mercados internacionais. Os dois se mostraram cientes de que existem lógicas de mercado que acabam fazendo com que produções em idiomas diversos não tenham tanto lugar como as obras em língua inglesa. O diretor disse que é perigoso classificar uma obra como “local” e citou uma produção brasileira como exemplo:

Cidade de Deus, de muitos anos atrás, claro, era uma história local, mas também era global. Dark também é bem local, com um humor bastante alemão, inclusive, mas que conseguiu viajar. A história pode ser local, mas seu approach tem que funcionar em todo lugar. Nenhum criador de histórias quer contar algo apenas para sua pequena cidade, eles querem que sua história seja assistida em todos os lugares. Produzir localmente, para o público local, na minha opinião, é um grande erro”, concluiu.

Tecnologia Volume

Após a exibição do making of de ‘1889’, destacando a tecnologia imersiva que foi usada na gravação, com o megatelão chamado “The Volume”, que permitiu criar digitalmente, ao vivo, os cenários para a filmagem:

“Planejamos filmar ‘1889’ de maneira tradicional, em locações e com sets imensos em estúdios, mas aí aconteceu a pandemia. Quando a Netflix nos mostrou a tecnologia, vimos que era a solução para os nossos problemas, e nos sentimos como crianças com um brinquedo novo. Quase ninguém havia usado ela ainda, conversamos com os responsáveis por The Mandolarian, que haviam usado, e eles nos ajudaram muito a não cometer certos erros”, disse Odar.

Ele afirmou que as transformações da indústria e, claro, a resposta da audiência não permitiram que sua continuidade fosse viável. Segundo os criadores, por usar muitos recursos tecnológicos, 1899 teve um custo de produção muito alto: “Eu gostei muito, mas acho que as pessoas não”.

Próximo projeto

O casal ainda disse estar trabalhando numa série junto à Netflix chamada Something is Killing the Children (“Algo Está Matando as Crianças”, em tradução livre).

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