Primeiras impressões: O Doutrinador – A Série

Para o pesadelo de políticos e empresários corruptos, O Doutrinador – A Série estreou no dia 1º de setembro, às 21h, no canal por assinatura Space, dando vida para o anti-herói brasileiro criado pelo quadrinista Luciano Cunha em 2013. Com 7 episódios compondo a 1ª temporada, a obra é dirigida por Gustavo Bonafé (Legalize Já: Amizade Nunca Morre), traz Kiko Pissolato (Insensato Coração) no papel-título e aposta em tramas de contexto político, ação investigativa e dramas pessoais, com uma completa ambientação ao cenário nacional.

Gravado junto ao filme O Doutrinador, o programa conta a história de Miguel Montessanti (Pissolato), um agente da Divisão Armada Especial (D.A.E.), que, ao prender o governador Sandro Corrêa (Eduardo Moscovis, de O Cravo e a Rosa), acaba desencadeando grande conspiração no alto escalão da política do Brasil. Em retaliação por cumprir o seu dever, Miguel vê sua filha, Alice (Helena Luz, de Carinha de Anjo), ser baleada e falecer enquanto espera socorro num hospital, devido às condições precárias do sistema público de saúde.

Miguel percebe que alguém precisa fazer justiça, nem que seja com as próprias mãos. (Foto: Space)

Enquanto chafurda em ódio e desejo de vingança, o protagonista inicia uma cruzada contra todos os responsáveis pela corrupção, injustiça social e gestão irresponsável de dinheiro público, mas, para isso, busca a ajuda da hacktivista Nina (Tainá Medina, de Rock Story) – a quem conhece durante uma onda de manifestações. Por outro lado, a vida dupla de Miguel levanta desconfianças por parte de seu melhor amigo e parceiro de D.A.E., Edu (Samuel de Assis, de Aruanas), e de sua ex-mulher, Isabela (Natália Lage, de Vai que dá Certo).

Em capítulos com cerca de 45 minutos de duração, O Doutrinador – A Série apresenta uma versão estendida da história já contada no longa lançado no ano passado e, com isso, consegue ainda mais espaço para se aproximar dos quadrinhos. Com tempo extra, ficamos na expectativa para saber das articulações do empresário Antero Gomes (Carlos Betão, de Segundo Sol) – que parece ter políticos e policiais na palma de sua mão – e os trabalhos do jornalista veterano Dantão (Ricardo Dantas, de Rua Augusta) na cobertura da ascensão do vigilante.

Repleto de críticas sociais – e, em especial, ao chamado “jeitinho brasileiro” –, o programa exibe alto nível de qualidade na produção de cenas de ação, diálogos divertidos e bastante críveis, assim como uma trilha sonora que vai do grunge de Soundgarden ao rap de Rincon Sapiência.

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