Pinóquio: live-action traz magia, mas falta profundidade

Pinóquio: live-action traz magia, mas falta profundidade

O live-action de Pinóquio chegou ao Disney+ no último dia 8, em comemoração ao Disney+ Day, quando novos conteúdos foram adicionados ao streaming. A adaptação da animação de 1940 traz muitos dos elementos vistos no material original, mas, ao tentar dar mais profundidade à magia e imaginação característicos da Disney, parece dar um passo maior do que a perna.

Assim como na animação, a origem de Pinóquio continua lá. Gepetto (Tom Hanks, de Náufrago) pede à estrela dos desejos que sua marionete recém-criada ganhe vida. Então, a Fada Azul (Cynthia Erivo, de As Viúvas) dá vida ao boneco, que deve passar por uma série de provações para, enfim, se tornar um menino de verdade.

No entanto, ao tentar adicionar mais elementos criativos, explorando mais a liberdade que tecnologia gráfica atual permite usar, o filme de Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro) acaba tropeçando nos próprios pés ao se tornar justamente o que buscava evitar: ser algo genérico.

Espetáculo visual 

Uma das maiores vantagens que o avanço da tecnologia gráfica proporcionou foi a capacidade de criar coisas que antes seriam impossíveis com efeitos práticos. Porém, o que poderia ser uma ferramenta para trazer sonhos à realidade, pode ser também o mesmo artifício que as torna excessivamente mirabolantes.

Em Pinóquio, o uso de computação para trazer o boneco e os personagens antropomórficos à vida está primorosa, bonita de se ver. As movimentações dos personagens beiram a perfeição, o que neste caso se provou essencial na adaptação da animação ao formato live-action.

Estaria mentindo se…

Contudo, o título não é feito só de acertos. O que vem sendo a maior reclamação dos fãs sobre os live-actions da Disney segue em Pinóquio. Isto é, a narrativa.

Por meio de decisões questionáveis, a produção acaba desviando da proposta lúdica ao seguir caminhos genéricos demais, tal como aconteceu em O Rei Leão (2019), deixando de canto personagens que poderiam agregar à trama, como a Fada Azul – que poderia explorar a habilidade como cantora Erivo e ter aparecido mais vezes, como sua personagem na animação clássica.

Outros elementos, como a famosa sequência em que Pinóquio e Gepetto são engolidos por uma baleia, se tornam estranhos narrativamente falando. Nesta cena em específico, o animal é trocado por uma mistura entre uma baleia gigantesca e um Kraken, sendo denominado apenas como “monstro”.

No que diz respeito ao primor visual, a Disney continua tão boa como sempre foi – entretanto, ainda repete erros.

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