Estreando nesta quinta-feira (21) nos cinemas brasileiros, Pinóquio (Pinocchio, Itália/França/ Reino Unido) parecia oferecer uma versão bastante melancólica do conto clássico do boneco de madeira que queria se tornar um menino de verdade. Porém, a convite da Imagem Filmes, assistimos ao longa em primeira mão e podemos garantir que a obra entrega uma versão mais carismática do personagem conhecido pelo mundo inteiro como sinônimo de “mentiroso”.
Em 2h05 de duração, a produção dirigida por Matteo Garrone (O Conto dos Contos) e inspirada no livro de Carlo Collodi apresenta as desventuras encaradas pelo marceneiro Gepeto (Roberto Benigni, de A Vida é Bela) e seu filho, a marionete viva chamada Pinóquio (Federico Ielapi, de Funcionário do Mês). Como a narrativa se desenrola não é novidade, então passaremos aos pontos principais que diferenciam este filme de várias outras adaptações.
História fantasiosa, visuais realistas
Apesar de ter somente a casa da Fada Madrinha (Marine Vacth, de Jovem e Bela) como maior novidade no roteiro escrito por Massimo Ceccherini e Garrone, se destaca o grau de realismo empregado na caracterização visual de Pinóquio. A maquiagem e efeitos utilizados no protagonista permitem ao público ver até mesmo as lascas de madeira talhadas em sua concepção, assim como ouvir o barulho de suas articulações artificiais se movimentando.
As figuras da Raposa (Ceccherini) e do Gato (Rocco Papaleo, de O Grito de Uma Vida), golpistas que se passam por amigos de Pinóquio, ganharam aspecto menos caricato, em que detalhes nos pelos faciais e orelhas entregam suas origens animalescas.
Verdade e redenção
Diferente de outras abordagens do conto, a atração não coloca Pinóquio apenas como um enganador do pai que tanto o ama, mas sim como um menino deslumbrado pelo mundo, que logo cai em si e faz de tudo para voltar para casa. Dessa forma, fica mais fácil criar empatia pelo protagonista, que apenas se demora no caminho por conta de sua inocência. Com isso, é de encher os olhos poder vê-lo tentando se redimir para ser o filho que Gepeto pediu.