Paper Girls, a aguardada nova série do Prime Video começa assim como a HQ na qual se baseia (leia nossa resenha): com as quatro entregadoras de jornal KJ (Fina Strazza de Lei & Ordem), MacKenzie Coyle (Sofia Rosinsky, de Fast Layne), Tiffany Quilkin (Camryn Jones, de Círculo de Fogo: The Black), e a novata, Erin Tieng (Riley Lai Nelet, de Altered Carbon), se preparando para o trabalho no dia 1º de novembro de 1988, o Dia do Inferno.
Como se não bastasse as meninas de 12 anos terem de enfrentar todo o tipo de babaca que ainda estava pelas ruas no Halloween, o quarteto ainda se une para pegar de volta um dos walkie-talkies de Tiffany, roubado por dois caras estranhos.
Encontrado o paradeiro do rádio, as coisas escalam a níveis absurdos, com direito a céu na cor púrpura, soldados vestindo branco como filmes de ficção científica e as garotas presas numa cápsula que, quando se abre, revela que elas ainda estão em Stony Stream, Ohio. Mas, 34 anos no futuro.
Agora, as jovens precisam encontrar uma forma de voltar para sua época – caso ela ainda exista – e para suas vidas. Porém, elas vão acabar descobrindo que há uma guerra secreta pelo controle do futuro acontecendo e viajar no tempo colocou as meninas no meio do fogo cruzado.
Decepções futuras
Os oito episódios da primeira temporada, disponíveis no streaming, aproveitam os recursos que uma série de TV tem em relação a uma HQ para se aprofundar em pontos que o ritmo acelerado do gibi acaba deixando de lado. E isso faz bem para a trama.
Assim, podemos ver uma interação maior entre as Paper Girls e suas versões futuras, mostrando como os anos seguintes não foram bem o que elas planejavam para si, principalmente para Tiffany e Erin.
Esse olhar mais atento para as protagonistas ainda trabalha de uma forma mais próxima o despertar da homossexualidade de KJ e o drama de Mac ao ser a única das quatro que não chegou à vida adulta.
Adaptação fiel
Mesmo que a narrativa do primeiro ano tenha foco nos conflitos de gerações entre as versões passadas e futuras das entregadoras de jornal, a série ainda tem espaço para algumas das loucuras que Brian K. Vaughan e Cliff Chiang colocaram no quadrinho, como batalhas de robôs gigantes, que, por incrível que pareça se encaixam bem no contexto. Já o pterodátilo da Antiga Vigília, diferente do gibi, acaba ficando meio sem sentido e está lá como easter egg mesmo.
Resta acompanhar o quanto das HQs o seriado mostrará na tela. A boa notícia é que misturando a riqueza de acontecimentos dos quadrinhos com o desenvolvimento das garotas, temos material para muitas temporadas que, se seguirem esse ritmo de aventura oitentista, prometem ser muito divertidas de se acompanhar.