Baseado na obra de Eric Jager, O Último Duelo (The Last Duel, EUA/Reino Unido, 2021) chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (14), trazendo um drama épico que lança criticas ao machismo e à cultura do estupro. Na França de meados de 1300, um escudeiro é acusado de violentar a esposa de um cavaleiro, tragédia que levanta mais a questão de quem fala a verdade do que sobre ações da justiça e sociedade pelo bem da vítima.
Com 2h32 de duração, o longa Ridley Scott (Alien, o Oitavo Passageiro) aposta suas fichas em um formato episódico, em que a história é contada sob as perspectivas do marido, Jean de Carrouges (Matt Damon, de Perdido em Marte), do ajudante, Jacques Le Gris (Adam Driver, de Star Wars: O Despertar da Força), e da esposa, Marguerite de Carrouges (Jodie Comer, de Free Guy – Assumindo o Controle). O que pode ficar um pouco cansativo.
Mas, no roteiro adaptado por Nicole Holofcener (À Procura do Amor), Matt Damon e Ben Affleck (que está no elenco como Pierre d’Alençon), o retorno ao mesmo acontecimento vai revelando detalhes que, por mínimos que pareçam, evidenciam as impressões de cada personagem sobre o ocorrido e, no fim, a verdade. Para o público, o ponto mais impactante é como Marguerite é deixada de lado, tendo seu ponto de vista quase reprimido por todos.
Produção de excelência
Além de narrar uma situação que impressiona, o título tem como mérito a qualidade da produção. Seja nos figurinos de época, caracterizações que deixam até Affleck difícil de se reconhecer, ambientações tão bonitas quanto gélidas e uma intensidade visceral nas cenas de combate, o filme é um primor técnico. Apesar do bom saldo, é possível que, no fim, uma produção mais enxuta iria oferecer ao público uma experiência menos desgastante.
