O ambiente corporativo costuma receber papel antagônico em histórias de ficção científica. No entanto, como Ruptura alertou, cenários menos futuristas e mais realistas podem ser também muito intimidantes. A série O Consultor, do Prime Video, explora o quanto ir ao trabalho pode oferecer uma experiência aterradora usando humor ácido para criticar CEOs e coaches com suas metodologias malucas.
A produção é baseada no livro “The Consultant” de Bentley Little e foi adaptada ao streaming por Tony Basgallop (Servant). Veteraníssimo do cinema, Christoph Waltz (Bastardos Inglórios) é a principal estrela, dando vida ao vilão Regus Patoff.
O perigo mora… na sala do chefe
Com apenas oito episódios de 30min, a trama gira em torno da CompWare, empresa de games que lida com a morte de seu CEO. Um jovem desenvolvedor de carreira brilhante, Sang Woo (Brian Yoon) tirou a própria vida. Em seu lugar, quase imediatamente, Patoff assume a liderança sem dar muitas explicações. Ele afirma querer salvar a companhia e o legado de Woo.
No entanto, quando as cobranças rotineiras dão lugar a jogos mentais e pedidos bizarros, Craig (Nat Wolff) e Elaine (Brittany O’Grady) decidem investigar quem realmente é o novo gestor. Mas a proximidade com alguém em posição de chefia pode ser perigosa, tanto na questão da segurança dos protagonistas quanto de sua corrupção.
Veredito
A acidez de “O Consultor” pontua por percorrer vários estereótipos do mundo corporativo. Há o reclamação, aquele que alega doença para tirar o dia, quem assume o papel de puxa-saco e até pessoas dispostas a puxar o tapete dos colegas. A série coloca tudo isso em forma de sátira, ridicularizando a maneira até selvagem com que indivíduos se dispõem a sobreviver num emprego. O compromisso com o surreal é grande, então o programa não demonstra limites para o quanto as coisas podem escalar.
Por fim, vale dizer que a série faz rir ao extrapolar situações do dia a dia. Funciona bem para descontrair depois que você bater o ponto, só não indique ao seu patrão.
