O Auto da Compadecida 2 resgata brasilidade com humor

O Auto da Compadecida 2 resgata brasilidade com humor
Foto: H2O Films

O cinema brasileiro tem seguido numa ascensão entre o público há algum tempo, além de despontar em premiações internacionais importantes, como Ainda Estou Aqui – que concorre ao Oscar e ganhou 1 Globo de Ouro. Sequência da adaptação da obra clássica de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida 2 chegou às telonas pouco antes de Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa, com uma proposta parecida com o live-action de Mauricio de Sousa.

Retorno 25 anos depois

Sob o comando de Guel Arraes e Flávia Lacerda, essa volta à cidadezinha fictícia de Taperoá, na Paraíba, aposta em um ciclo de homenagens ao filme anterior, bem como em uma série de inovações que buscam refletir o Brasil de hoje. Porém, essa vontade de se atualizar não assume as rédeas da produção, que se passa num período por volta da década de 1950.

Sendo assim, os cangaceiros deixam de ocupar boa parte do espaço, dando lugar a políticos e novidades tecnológicas como o rádio. Na trama, o fazendeiro Coronel Ernani (Humberto Martins) e o comerciante Arlindo (Eduardo Sterblitch), numa sátira à divisão sofrida pelo Brasil nas eleições mais recentes. No meio disso, temos os bons malandros Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergaele).

Eles não mudam (ainda bem)

Como de praxe, Chicó se enrolado casos amorosos, enquanto João Grilo lida com suas “promessas sem jeito”. Chicó, que começa afastado de Rosinha (Virginia Cavendish), se envolve com Clarabela (Fabiula Nascimento), a filha do coronel que acaba de chegar da cidade grande. João Grilo, por sua vez, tenta proteger o amigo à medida que media as tensões entre os dois candidatos.

Entre a “frouxidão” de Chicó e as mutretas de João Grilo, O Auto da Compadecida 2 não traz nada que a gente já não tenha visto. Mas isso é ruim? Não necessariamente. O longa serve mais como um reencontro com personagens e seu universo – que se tornou tão querido pelos espectadores e leitores. Esse reencontro nos coloca diante de figuras que, por mais que tenham seus interesses egoístas, ainda representam um lado inocente do Brasil. Isso inclui até o “jeitinho brasileiro” de resolver problemas.

Divina homenagem

Atualmente, não tem sido difícil associar crenças religiosas a certos tipos de ideologia política. Por isso, O Auto da Compadecida 2 também trabalha em um resgate da fé, como algo tão saudável quanto necessário para a humanidade. Para simbolizar esse traço do filme, a Compadecida surge sob a interpretação de Taís Araújo (antes, papel de Fernanda Montenegro), trazendo mensagens sobre bondade e perdão.

Contudo, a principal reflexão talvez seja sobre os lados divino e diabólico presentes no ser humano, e não em entidades sobrenaturais. A metáfora recai sobre sobre os ombros de Matheus Nachtergaele, que acumula três papeis na trama, o que lhe torna o grande homenageado pela produção.

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