Se hoje em dia temos Elsa (de Frozen), Moana e Merida (de Valente) consolidadas nos cinemas e no gosto do público, muito se deve à animação Mulan (1998), lançada pela Walt Disney no final da década de 1990. Baseada na história de Robert D. San Souci, a produção – agora disponível na plataforma Telecine Play – apresenta uma protagonista feminina forte que decide ir à guerra contra os Hunos disfarçada de homem para proteger quem ama.
Aventura épica, o filme tem sua história estabelecida durante a Dinastia Wei do Norte – que durou entre os anos 386 a 534 –, período em que o papel da mulher era ter seu casamento arranjado pela família para uma vida de servidão no lar. Nossa protagonista, Fa Mulan (Ming-Na Wen, de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.), no entanto, não leva o menor jeito para tarefas domésticas, acabando julgada por seus parentes e algumas pessoas do vilarejo mais próximo.
Acontece que Mulan cuida de seu pai, Fa Zhou (Soon-Tek Oh, de Um Ninja da Pesada), um veterano do exército chinês, que lida com uma saúde enfraquecida na velhice. Entretanto, quando os Hunos liderados por Shan-Yu (Miguel Ferrer, de RoboCop: O Policial do Futuro) decidem invadir a China, um homem de cada família é convocado para a guerra, o que praticamente significa uma sentença de morte a Fa Zhou. Mas isso só até Mulan decidir interferir…
Sim, a jovem resolve assumir a posição de seu pai, roubando sua armadura de combate e partindo para as fileiras do batalhão chinês. Seguida pelo dragão Mushu (Eddie Murphy, de Um Tira da Pesada), Mulan assume o nome de “Ping” com o qual se apresenta às forças do Capitão Li Shang (BD Wong, de Gotham). Enquanto mostra aptidão no combate e fibra tanto quanto qualquer soldado, a Mulan passa a se aproximar de Chang mesmo estando disfarçada.
No compasso de músicas como “Você vai nos honrar”, sobre a necessidade matrimônio, “Imagem”, sobre identidade, “Alguém pra quem voltar”, sobre os machismos do guerreiros, e “Homem ser”, que, apesar do título, acompanha a ascensão de Mulan nos treinamentos, vemos uma a personagem principal que abandona as atribuições dadas ao gênero feminino para escolher seu próprio lugar e, nessa jornada, assumir destaque como a melhor entre os homens.
Dirigido por Tony Bancroft (É o Bicho!) e Barry Cook (Caminhando com Dinossauros), o longa recebeu só uma indicação ao Oscar de 1999 por sua trilha sonora original, mas acabou marcando as gerações que acompanharam sua estreia nos cinemas ou VHS. Além disso, a obra se faz relevante e querida pelo pelos fãs até hoje por mostrar que amor e coragem são mais poderosos do que a força bruta atrelada à masculinidade.