Indicado a jogo do ano no The Game Awards 2023, Marvel’s Spider-Man 2 era aguardado por público e crítica. Com seu lançamento, o título da Insomniac Games foi abraçado por ambos. Afinal, o exclusivo do PlayStation 5 manteve a jogabilidade elogiada do primeiro e de Marvel’s Spider-Man Miles Morales e investiu numa trama elaborada. Confira a análise:
Homens-Aranha
Desta vez, Peter Parker e Miles Morales são protagonistas. O enredo coloca os holofotes sobre as mudanças nas vidas do dois. Assim, Peter lida com o luto pela Tia May e com as dificuldades de sua identidade dividida. Enquanto isso, Miles está em período de inscrições para a universidade. Além disso, cada um tem uma vida amorosa para tocar.
Mas voltamos ao game. Como vimos nos anteriores, cada herói tem características diferentes e oferece um estilo de jogo distinto. Parker tem um leque de gadgets, à medida que Morales evolui com suas habilidades elétricas. É possível alternar entre os personagens, desde que você não escolha uma missão específica de um deles.
As mecânicas de carregamento para golpes especiais são as mesmas e permitem ao jogador bom controle disso. Especialmente diante de hordas de inimigos.
Selva de pedra
Quando estamos numa aventura do Homem-Aranha, sabemos que a cidade de Nova York vira uma selva. Homens se tornam escorpiões, abutres, rinocerontes, chacais e por aí vai. Ou seja, entra em cena Kraven, o caçador. O antagonista é conhecido pelo gosto em desafiar feras, com o objetivo de se colocar no topo da cadeia alimentar. É uma ótima sacada, uma vez que a história conta com Gata Negra, Lagarto e Venom.
Seja pelas missões com Peter ou Miles, Kraven é apresentado com um verdadeiro casca grossa, quase imbatível no combate mano a mano. No Brasil, sua dublagem foi feita por Rodrigo Lombardi, conhecido pelas novelas Salve Jorge (2009) e Verdades Secretas (2015-2021). O vilão vestido de leão funciona com fio condutor da narrativa, interessando-se primeiro pelos Homens-Aranha e depois pelo simbionte alienígena.
É necessário dizer que a presença de Kraven lota NY de caçadores – os seus asseclas. O desafio é grande, porque eles são ágeis, fortes e atacam pelos céus, avenidas e nas bases que estabelecem na metrópole.
Amizade envenenada
Principal atração de ‘Marvel’s Spider-Man 2’, o simbionte tem sua jornada ressignificada. Enquanto nos quadrinhos ele é passado de Peter Parker para Eddie Brock, aqui Brock é carta fora do baralho. Como visto na cena pós-créditos de ‘Marvel’s Spider-Man’, de 2018, o parasita extraterrestre é usado na cura de Harry Osborn. O rapaz é introduzido como amigo de infância de Peter.
Essa mudança faz sentido e foi aceita pelos fãs graças ao enredo dramático. Isso ocorre porque a cura de Harry é condicionada à manutenção do simbionte a seu organismo. Claro, não é o que acontece, e os amigos chegam a situações extremas.
Então, com o Homem-Aranha de Parker, o simbionte promove nova jogabilidade, com ataques violentos e poderosos. Para quem joga, a experiência é quase tão sedutora quanto para Peter. Quando acoplado a Osborn, temos um vilão feroz e sem escrúpulos. A diversão está num trecho em particular onde é possível controlar Venom em toda sua selvageria.
Missões secundárias
Em nossa jogatina, as missões paralelas foram entrepostas com as principais. Deste modo, fizemos cerca de 30 horas de jogo, incluindo os desafios de conquistar todos os trajes, habilidades e equipamentos em níveis máximos. Aliás, os uniformes voltam a ser um show à parte, em especial pelas inspirações nos filmes do Aracnídeo. Há skins baseadas na trilogia de Sam Raimi, em O Espetacular Homem-Aranha e no “Aranhaverso“. Isto é, um repertório de respeito.
Além disso, na seleção de sidequests, Homem-Areia e Mystério roubam a cena. Mas nada como as missões envolvendo a Chama, uma seita sinistra que tem tudo para provocar carnificina no próximo game.
Dito tudo isso, ‘Marvel’s Spider-Man 2’ entrega um belo jogo com uma história superior em todos os aspectos.
