Madame Teia: faltam carisma, história e propósito

Madame Teia desperdiça heroínas e mitologia da Marvel
Sony Pictures

Inspirado na mitologia do Homem-Aranha, Madame Teia é a novidade da Marvel e Sony Pictures nos cinemas. Como o título anuncia, o filme é dedicado uma das figuras mais poderosas vistas nas páginas do Aracnídeo, explorando o surgimento de novas heroínas ao mesmo tempo em que navega por um passado próximo a Peter Parker.

No entanto, sua recepção vem sendo negativa, e vamos explicar o porquê disso logo abaixo:

Protagonistas mal aproveitadas

A história se passa em 2003, sendo estrelada por Cassandra Webb (Dakota Johnson), uma socorrista com passado militar que atua em Nova York. Depois de uma experiência de quase morte, ela tem ativados os poderes que herdou de uma aranha mística, cujo veneno foi usado como remédio durante seu parto na Amazônia peruana. Desta forma, sua habilidade é vislumbrar do futuro.

Nesse enredo confuso, aquela que virá a ser Madame Teia descobre sua missão de proteger um trio de adolescentes que também estão destinadas a se tornarem heroínas. Assim, entram em cena Julia Cornwall (Sydney Sweeney), Anya Corazon (Isabela Merced) e Mattie Franklin (Celeste O’Connor). Elas são caçadas por um vilão, que graças a uma maldição, vê em seu futuro a derrota pelas mãos delas.

Vilania superficial

Antagonista escolhido para o longa é Ezekiel Sims (Tahar Rahim). O vilão, por sua vez, está ligado à tragédia que marcou o nascimento de Cassie. Por isso, temendo ser morto por pessoas-aranha, ele decide eliminar as meninas a qualquer custo. Seus poderes, que envolvem agilidade, força sobre-humana e a capacidade de escalar paredes, o fazem um adversário perigoso.

Mas falta de profundidade com que ele é desenvolvido e a conveniência com que é colocado contra as jovens reduzem muito seu impacto em “Madame Teia”.

Sequência de falhas

Tendo – o tio – Ben (Adam Scott) e Mary (Emma Roberts) – a mãe de Peter Parker – como coadjuvantes sem muita importância, o filme de S.J. Clarkson (Anatomia de um Escândalo) acaba entregando fan service de má qualidade. Então, por ter personagens mal aproveitados por conta de um roteiro fraco, o público não consegue se conectar a ninguém.

Além disso, a proposta de focar no salvamento de heroínas que ainda não se tornaram heroínas deixa o desejo de vingança do vilão menos concreto. Afinal, se não há uma rivalidade bem estabelecida, por que o espectador irá se envolver com a trama a ponto de torcer pelas mocinhas? Talvez a história ganhasse peso e sentido se Madame Teia reunisse as meninas para salvar o bebê Peter da mira de Ezekiel.

Para completar, os poucos momentos em que o quarteto de protagonistas surge com suas fantasias são decepcionantes por estarem aquém das versões de outras mídias.

Ou seja, uma pena.

Não há cenas pós-créditos.

Next Post

Pobres Criaturas é história infantil para adultos

A premissa deriva de um dos plots mais conhecidos do terror: uma mulher morta é trazida de volta à vida por um cientista de métodos macabros utilizando o cérebro do bebê que ela esperava quando morreu. Mesmo tendo o clássico Frankenstein como ponto de partida, Pobres Criaturas, o novo filme […]
Pobres Criaturas é história infantil para adultos