Lovecraft Country: num universo de terror, racismo é o que mais assusta

Explorando o coração sombrio dos Estados Unidos, a série Lovecraft Country estreou em 16 de agosto levando uma história de horror sangrento e drama racial intenso (e, lamentavelmente, ainda atual) à tela do canal por assinatura. Novidade na programação da HBO, a produção, que terá sua temporada dividida em 10 episódios com 1h de duração, chega como adaptação do livro homônimo escrito por Matt Ruff, que se baseia na mitologia de H.P. Lovecraft.

Em seu episódio piloto, intitulado “Sundown”, a obra da showrunner Misha Green (Filhos da Anarquia) nos apresenta ao jovem Atticus Freeman (Jonathan Majors, de Destacamento Blood), que, em meados da década de 1950, retorna ao Colorado depois de servir ao exército norte-americano à procura de seu pai, dado como desaparecido. Aos poucos, o rapaz encontra pistas de que seu pai pode estar na misteriosa cidade de Ardham, em Massachusetts.

Composta por 10 episódios, a série começa em clima de road trip. (Foto: HBO)

Para investigar o caso, Atticus recebe a ajuda de seu tio, George Freeman (Courtney B. Vance, de Lei & Ordem: Crimes Premeditados), que se dedica a percorrer o país trabalhando na atualização de um guia sobre lugares que podem ser seguros ou perigosos a pessoas negras. Completando o time de buscas, está Letitia Lewis (Jurnee Smollett, de Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa), uma amiga de infância do protagonista.

Embora logo de cara apresente sua atração principal, o monstro Cthulhu, e dê um vislumbre de outras criaturas, o título caminha devagar rumo ao universo de terror da mitologia lovecraftiana. Em paralelo, Lovecraft Country usa maioria de suas cenas para explorar um terror pautado pela realidade: o racismo. Assim, somente o ato de sair à rua se torna um risco aos personagens principais, sempre hostilizados em ônibus, restaurantes e principalmente por policiais.

Apesar de trazer monstros, é a violência policial que mais impressiona. (Foto: HBO)

Com um banho de sangue e discurso poderoso, a série exibe potencial de sobra para chocar e conscientizar, ainda mais por trazer nomes como Jordan Peele (Corra!) e J.J. Abrams (Lost) na produção executiva.

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