Kamen Rider Kuuga: mangá começa com terror e adrenalina

Carlos Bazela
Kamen Rider Kuuga: mangá começa com terror e adrenalina

Anunciado em maio pela Editora JBC, o mangá de Kamen Rider Kuuga teve seu primeiro volume lançado, uma edição caprichada de 416 páginas, a qual nós finalmente conseguimos ter acesso aqui no BN.

Adaptada da série de tokusatsu de mesmo nome, lançada em 2000, a obra conta a história de um achado arqueológico do qual é seguida uma série de assassinatos cruéis, cometidos por criaturas desconhecidas. Com força e agilidade fora do normal, as criaturas se disfarçam de seres humanos e desafiam a polícia de Tóquio. Principalmente o detetive Kaoru Ichijo, o melhor da força policial.

Para deixar tudo ainda mais estranho, outra criatura, que parece um ser humano de armadura branca aparece com frequência para enfrentar os monstros e já salvou Ichijo antes. Mas será ela confiável?

No meio desse caos, o detetive cruza seus caminhos com Yusuke Godai. O simpático jovem viaja pelo mundo fazendo bicos pelos lugares onde passa e retornou ao Japão para visitar os amigos, como a pesquisadora Sakurako Sawatari, especialista em civilizações antigas.

Quando Sakurako é sequestrada, Godai parte em sua defesa e acaba se tornando hospedeiro de Kuuga, a entidade milenar cuja missão é lutar contra os monstros que estão atacando o Japão. Assim, os três passam a integrar uma força-tarefa com o objetivo de entender e impedir as criaturas não identificadas de aumentar a contagem de mortos.

Opostos perfeitos

O que funciona bem no mangá de Kuuga são as personalidades opostas de Godai e Ichijo. Sisudo e pragmático, o detetive encontra seu contrário perfeito no jovem entregador, que tem sempre um sorriso no rosto e cuja inocência vira e mexe o tira do sério.

No mangá, aliás, esse contraste fica mais evidente e até exagerado do que na série de TV, o que faz bem para o desenvolvimento da história.

Por falar na história, o primeiro volume de Kuuga traz muitas explicações, mas também muitos mistérios. Embora já deixe claro que as criaturas são chamadas Grongi e revele alguns detalhes sobre seu objetivo no nosso mundo, ainda há muito o que se descobrir. Principalmente entre aqueles que se referem a um ser chamado Agito.

Horror e suspense

A referência a Agito, Kamen Rider que sucedeu Kuuga na TV, dá pistas de que teremos uma história bem diferente daquela exibida nas telas, com os dois personagens possivelmente interagindo, o que não aconteceu antes.

Outra mudança bem-vinda é o tom mais adulto da trama escrita por Toshiki Inoue, que diferencia da pegada mais infanto-juvenil do tokusatsu e ainda presta homenagem ao material original de Shotaro Ishinomori, que também saiu aqui em 3 volumes pela Pipoca & Nanquim (leia a resenha). Sem poupar sangue e violência, mas, também, sem usar isso de forma gratuita, o primeiro volume ainda acerta com páginas coloridas entre os capítulos, que ajudam a identificar melhor as formas branca e vermelha do Kuuga. Ainda que a ótima arte de Hitotsu Yokoshima dê conta de diferenciá-las bem, mesmo em preto e branco.

Assim, Kamen Rider Kuuga é uma leitura excelente e instigante mesmo se você não for um iniciado na franquia cinquentenária. Um mangá com tudo que qualquer fã de ação e terror procura para ficar ansioso pelos novos volumes que virão em 2022.

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