Basicamente, toda franquia de sucesso no passado tem retornado aos cinemas. Clichê? Mais do mesmo? Para Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World, EUA, 2015), não. O filme do Universal Pictures chega à “era do 3D” repleto de novidades, com aventura empolgante, eletrizantes cenas de ação e mantendo um ambiente divertido, sem perder a identificação com a obra de Steven Spielberg (lançada na década de 1990).
Considerando os eventos narrados na célebre trilogia, a história se passa 22 anos após os acontecimentos de Jurassic Park – Parque dos Dinossauros (1993), numa versão atualizada do parque temático, na fictícia Ilha Nublar, em algum lugar da América Central. É para lá que os irmãos Gray (Ty Simpkins, o garotinho da potato gun, em Homem de Ferro 3) e Zach (Nick Robinson, de Melissa & Joey) viajam, ao encontro da tia Claire (Bryce Dallas Howard, de A Dama na Água), atarefada funcionária do local, enquanto seus pais parecem estar em processo de divórcio.
Depois de utilizar os minutos iniciais da produção para apresentar os setores do Jurassic World, a trama se concentra na fuga do temido Indominus rex, um dinossauro geneticamente modificado e desenvolvido com o intuito de ser a atração “mais legal”. Nesta parte, o roteiro discute os riscos da ambição desmedida das corporações e os limites da ética científica, além do conflito entre as criações humanas e da natureza.
Para capturar a fera (dotada de inteligência singular e instintos assassinos), que ameaça a vida de todos no parque, surge Owen (Chris Pratt, o Peter Quill/Senhor das Estrelas, de Guardiões da Galáxia), especialista em comportamento animal, que realiza o treinamento de quatro velociraptores. Aparentemente confortável com o personagem, Chris Pratt é o responsável pelas tomadas mais agitadas, sem abandonar aquele conhecido jeito canastrão.
Embora os dinossauros sejam o foco da superprodução, o longa dirigido por Colin Trevorrow (Sem Segurança Nenhuma) aborda as dificuldades na interação entre os garotos Gray e Zach, de idades diferentes, e o relacionamento mal resolvido do aventureiro Owen e da viciada em trabalho Claire. No entanto, também há espaço para outras tramas, como o interesse de Hoskins (Vincent D’Onofrio, o Wilson Fisk, da série Demolidor) em colocar os seres (antes) pré-históricos para uso militar.
Recorrendo à dose certa de nostalgia, Jurassic World arrepia ao tocar a trilha sonora original e acerta ao arranjar uma forma de exibir o design clássico do logo da franquia, em seus 124min de duração. Contudo, a obra não funciona como mera homenagem ao trabalho pioneiro dos anos 1990, pois, ao aliar a renovação do elenco e a utilização inteligente dos recursos 3D, o resultado é um blockbuster surpreendente e que deve ser tão marcante quanto os feitos por Spielberg.
Provando que filmes de dinossauros estão longe da extinção.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros estreia nesta quinta-feira (11/06).