Invencível: HQ traz novo olhar para heroísmo adolescente

Carlos Bazela
Invencível: HQ traz novo olhar para heroísmo adolescente

Imagine a cena, Mark Gray, 17 anos, no último ano do ensino médio, arremessa um saco na lixeira do Burger Mart, a lanchonete na qual trabalha meio período. O saco avança pelo céu até desaparecer e Mark, ao descobrir que tem superpoderes, diz: “Nossa, já não era sem tempo”. Isso porque o rapaz é filho de ninguém menos do que o Omni-Man, o maior herói de todos os tempos. Essa é a premissa de Invencível, série de HQs da Image Comics, publicada parcialmente no Brasil, 2006 e 2012, pela HQM.

Escrita por Robert Kirkman, a mente por trás do universo de The Walking Dead e Oblivion Song (leia aqui nossa crítica), Invencível é abastecida em grande parte pelo mesmo combustível que deu fôlego às histórias de jovens heróis da DC: viver à sombra de um ícone veterano, enquanto procura se descobrir como ser humano e tenta fazer o melhor uso possível dos seus poderes.

Isso, claro, passando por alguns clichês, como os conflitos de identidade secreta capazes de deixar um namoro na corda bamba, uma mãe preocupada por ter dois campeões da justiça incansáveis sob o mesmo teto e, claro, o amigo que sabe do segredo.

Além do “mais do mesmo”

Apesar da fórmula não ser nova, é na execução que Invencível ganha o leitor. A começar por desviar um pouco a cartilha. O melhor amigo de Mark, William, por exemplo, é um babaca de marca maior e o fato dele saber sobre a identidade secreta do heróis às vezes mais atrapalha do que ajuda.

A mão de Kirkman também pesa nos plot twists. Até o segundo volume, os encontros de Invencível com o grupo adolescente Tropa Jovem, a presença dos Guardiões Globais, paródias da Liga da Justiça e dos Jovens Titãs, respectivamente, e as patrulhas com seu pai deixam a HQ quase maçante. Afinal, sejam supervilões assaltando um banco ou aliens de outra dimensão coordenando um ataque para invadir nosso mundo, nada parece ser forte o bastante para derrotar a dupla formada por pai e filho. Mas, essa trivialidade do absurdo nada mais é do que um prenúncio para que as coisas comecem a dar errado.

E quem conhece o trabalho do roteirista sabe que ele é bom em fazer reviravoltas darem errado para personagens carismáticos. É depois disso que a vida de Mark muda para valer. Se antes ele já tinha problemas, agora é preciso impedir a jornada autodestrutiva de sua mãe com o álcool, cruzar o planeta resolvendo toda sorte de crise como super-herói do governo dos EUA e tentar levar uma vida normal como jovem adulto que tenta entrar na faculdade e manter um relacionamento estável com a compreensiva Amber.

Novelão em quadrinhos

É equilibrando altas doses de drama, ação de qualidade e caricaturas divertidas de super-heróis de outras editoras que Invencível cativa e desperta sua curiosidade para o que vem a seguir.

Porém, a baixa popularidade do título entre os leitores do Brasil fez com que a série fosse descontinuada por aqui depois de quatro volumes – tanto que a publicação segue incompleta até hoje.

Mas, a boa notícia é que Invencível ganhará uma série animada, que conta, inclusive com traço e cores praticamente idênticos aos que Cory Walker, Bill Crabtree e Ryan Ottley usam nos quadrinhos, além de ter Kirkman assinando como criador, claro. A animação estreia nesta sexta-feira (26) no Amazon Prime Video.

Veja o trailer: 

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