Helstrom: demônios, dramas familiares e a despedida da velha Marvel

Última série em live-action da Marvel fora do Disney+ (streaming que promete desdobrar o universo cinematográfico da Marvel), Helstrom chegou ao Hulu em 16 de outubro prometendo uma atmosfera de suspense e terror sobrenatural. Sob o comando do showrunner Paul Zbyszewski (Lost), a produção focaliza os conflitos da família de Daimon Helstrom (Tom Austen, de The Royals), que vive assombrada por demônios.

Criado por Gary FriedrichTom Sutton e introduzido nos quadrinhos em 1973 (para a revista do Motoqueiro Fantasma), Daimon é um anti-herói conhecido tradicionalmente como o “Filho de Satã”, ostentando nada menos que pentagrama impresso no peito e um poderoso tridente como arma. Aqui no seriado, o personagem surge um exorcista que investiga casos de possessão demoníaca na região de Portland, em São Francisco (EUA).

Separados na infância, Daimon e Ana precisam se unir para derrotar demônios. (Foto: Hulu)

Como sua irmã, Ana Helstrom (Sydney Lemmon, de Fear the Walking Dead) – chamada de Satana nos gibis –, Daimon herdou habilidades paranormais de seu pai, um poderoso demônio/assassino serial. A mãe, Victoria Helstrom (Elizabeth Marvel, de Manifest) se encontra há 20 anos internada no centro de saúde mental de Saint Teresa. O detalhe é que Victoria está sob o controle de Kthara, que planeja trazer ao mundo seu filho Basar.

Nas HQs, a jornada de Daimon se resume ao combate ao seu pai. No Hulu, a adaptação dá toda a pinta de que Basar (Daniel Cudmore, de Siren) é este cara, por falta de clareza do roteiro e diálogos que nada ajudam a explicar quem é quem. Com essa indecisão, a trama vai perdendo o peso que poderia ter se replicasse os rumos do impresso. Apenas na última cena há um vislumbre de Marduk Kurios (Mitch Pileggi, de Supergirl), pai de Daimon e Ana.

Kthara tenta vingar seu filho, Basar, e conseguir novos receptáculos na Terra. (Foto: Hulu)

Entre o relacionamento truncado dos Helstrom e capítulos sobre receptáculos – já batidos por Supernatural e outras produções do gênero –, o destaque é o caminho da agente do Vaticano Gabriella Rossetti (Ariana Guerra, de Criando Dion). A moça chega para acompanhar a guerra da Igreja e o inferno, mas acaba se assustando com as ações do homem – especificamente do grupo The Blood, que mantêm pessoas possuídas em coma para reter entidades malignas.

Na despedida da Marvel Television, que rendeu títulos como Agents of S.H.I.E.L.D., Agente Carter, Manto e Adaga e Fugitivos, Marvel’s Helstrom é eficiente ao entregar uma atmosfera tenebrosa que rende alguns sustos e, mesmo errando, ainda agrada por explorar personagens pouco conhecidos e mitologia diferente do que se vê no combinado da Marvel Studios, como foram anteriormente os filmes do Blade, Motoqueiro Fantasma  e Justiceiro.

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