Gundam (1979): o anime que definiu uma era

Carlos Bazela

Quando falamos em animes do gênero mecha, caracterizados pela presença dos famosos robôs gigantes, 2 títulos vêm à mente de qualquer nerd quase que automaticamente: Evangelion e Gundam. Enquanto o primeiro é conhecido justamente por mudar o gênero, deixando os robôs como pano de fundo, o segundo é referência quando o assunto é batalha de mechas no espaço.

Mesmo sem ser pioneiro – afinal Mazinger Z (disponível na Netflix), por exemplo, chegou em 1972 –, a história de Mobile Suit Gundam, de 1979, com forte pegada política trouxe um novo olhar para a forma como as guerras são retratadas nos animes. Sai a simplicidade dos humanos defendendo a Terra do expansionismo de alguma raça alienígena e entram as muitas camadas de uma guerra entre pessoas que coloca em evidência a nossa necessidade de estar em conflito. Ainda que a humanidade tenha evoluído o suficiente para colonizar a Lua e povoar o espaço com verdadeiras nações em formato de estações espaciais.

Na trama, Side 3, uma dessas colônias espaciais localizada além da Lua, se declara como uma nação independente da Terra, o Principado de Zeon. Mais do que a autonomia, Zeon, governado pela violenta família Zabi, planeja ainda subjugar o exército da Federação Terrestre e exercer sua soberania sobre o planeta.

A seu favor, Zeon tem a última geração de Zakus, os Mobile Suits, ou Trajes Móveis, desenvolvidos para oferecer o máximo em agilidade e poder de fogo, seja em combates corpo a corpo ou enfrentando as gigantescas naves da Federação. Somado a isso, temos o Tenente Char Aznable, o temido Cometa Vermelho, melhor piloto de Zeon.

A resposta da Federação

A única chance da Federação não perder a guerra de vez reside em Side 7, colônia atacada por Zeon, onde foram desenvolvidas a nave White Base e os Mobile Suit criados pela força da Terra: o Guntank e o Guncannon. Mas, o trunfo mesmo é o Gundam, criado pelo engenheiro Tem Ray. O MS acaba entrando em combate pela primeira vez para proteger a colônia pilotado pelo filho dele, Amuro Ray, de apenas 15 anos.

Side 7 é então destruída e os sobreviventes passam a integrar a tripulação da White Base, enquanto ela batalha com as forças de Zeon para cruzar o espaço a caminho da Terra. Mas, será que aqui as coisas serão melhores com o apoio da Federação?

No decorrer dos 42 episódios (disponíveis no Cruchynroll ou divididos em 3 filmes, que chegam neste mês à Netflix), Gundam mostra que, mesmo com os regentes de Zeon descritos como mal o encarnado, a Federação não é essencialmente o time dos mocinhos, pois arrisca a tripulação da White Base diversas vezes apenas para coletar dados.

Além de obrigar Amuro e muitos colegas a servirem na nave sem o direito de desistir. Mesmo muitos ainda sendo crianças e adolescentes, caso dele mesmo e de Kai e Hayato, pilotos do Guntank e Guncannon, respectivamente, bem como Fraw Bow, que se torna a oficial de comunicações da nave.

Um ano de guerra

Conhecidos como Guerra de Um Ano, os acontecimentos da série original de Gundam reverberam por outros filmes e séries da franquia que se passam no chamado Século Universal (Universal Century). Fazem parte dessa linha do tempo o filme Gundam: Char Contra-Ataca, a minissérie Gundam Unicorn (veja na Netflix) e a minissérie Gundam The Origin: The Advent of the Red Comet (no Crunchyroll) e que serve de prequel à série original.

Todo esse universo, ao lado de termos como newtypes e espaçonoides, ajudou a criar uma das mais longevas franquias de anime que existem. Uma saga cheia de reviravoltas e personagens cativantes na qual vale a pena mergulhar. Ainda mais agora que há um filme em live-action a caminho.

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