Guerras Lácteas: crossover do selo Young Animal é festival de esquisitices

Carlos Bazela
Guerras Lácteas: Crossover do selo Young Animal é festival de esquisitices

Guerras Lácteas traz um mundo que parece bom e pacato demais para ser verdade. Sem conflitos e perfeitamente…. pasteurizado. Uma realidade toda nos conformes para ser vendida como produto de entretenimento pela corporação Retconn a um cliente mais do que exclusivo. Mas, como manter um planeta inteiro sob controle? Por meio da única substância cujo bem é inquestionável pela maioria das culturas do planeta: o leite.

E, para garantir que esse novo status quo não seja ameaçado, temos a visita do Leiteiro Man a cada lar abastecendo as famílias com esse líquido essencial, enquanto o Padre Bruce faz do leite a “salvação” das crianças de sua igreja e a Esposa Maravilha mantém o emocional de todos sob controle.

Uma situação praticamente impossível de se escapar para os heróis da DC. Mas, é ai que entra a bizarrice dos membros da Patrulha do Destino, a teimosia e o senso de justiça da Madre Pânico (conheça ela aqui) e do Monstro do Pântano, além da participação de outros heróis que compõem o Young Animal, selo criado por Gerard Way, líder da banda My Chemical Romance e a mente criativa por trás de outro grande sucesso dos quadrinhos: Umbrella Academy.

O bizarro a cada página

Embora o plano de controlar a realidade da Retconn não seja lá uma novidade nos quadrinhos, a forma como ele é executado é que dá graça à Guerras Lácteas. Seja pelo insólito objetivo comercial ou por apostar em uma “nova narrativa” para os personagens – que faz muitos deles se questionarem se são reais mesmo ou criações para gibis e fanfics –, a história coloca os medalhões da DC em um contexto bem diferente.

Diana Prince surge com visual e codinome inusitados.

Tanto é que leva um tempo para se familiarizar tanto com as novas caras quanto com as antigas reajustadas, o que faz a história, que tem roteiro do próprio Way com Steve Orlano, Jody Houser, Cecil Castelucci, Jon Rivera e Magdalena Visaggio, um pouco lenta para se digerir. Outra alusão ao leite, talvez? Mas, nada que deixe dúvidas ou comprometa o entendimento ao final da trama.

O clima bizarro é ainda acentuado arte de Aco, Ty Templeton, Mirka Andolfo, Langdon Foss Dale Eaglesham, Nick Derington e Sonny Liew. Já as cores da minissérie, publicada aqui pela Panini como um encadernado em capa dura, ficam por conta de Tamra Bonvillain, Marissa Louis, Keiren Smith e Nick Filardi.

Leitura prévia

Assim, se o crossover serve para mostrar que os personagens da Young Animal são definitivamente parte do universo DC, talvez ler os encadernados da Patrulha do Destino, Madre Pânico e Shade, a garota mutável antes de Guerras Lácteas possam poupar a quem lê um certo tempo de adaptação, garantindo um aproveitamento mais rápido da história.

Ou não. Afinal, ler a edição com pouco ou quase nenhum conhecimento sobre os personagens do selo transformam a leitura em uma experiência divertida, surtada e confusa. Tudo ao mesmo tempo e em igual medida para dar ao leitor aquela sensação de ter sobrevivido a uma estranha jornada ao fechar a HQ. E, pelo que se sabe sobre o selo Young Animal, seu objetivo é exatamente esse.

Next Post

Acampamento Jurássico: problemas vão além dos dinossauros na 2ª temporada

Em sua primeira temporada, Acampamento Jurássico chamou a atenção ao tecer uma trama paralela aos eventos do filme Jurassic World, com as crianças que fariam o test drive do projeto se virando para sobreviver enquanto a única exemplar do Indominus Rex trazia caos e destruição ao local. Já nos 8 […]
Acampamento Jurássico: problemas vão além dos dinossauros na 2ª temporada