Desde que surgiu em 1954, o Godzilla – com o perdão do trocadilho – é um sucesso monstruoso em praticamente todo tipo de mídia na qual aparece. Seja no Japão, em filmes e animes, como Ponto Singular (leia nosso review), e nas encarnações hollywoodianas, onde o kaiju figura desde 1998.
E, nos quadrinhos, se considerarmos a primeira edição de Godzilla: O Maior Monstro da História, publicada aqui pela Geektopia, editora de quadrinhos do Grupo Novo Século, esse sucesso tende a se repetir.
Na história, escrita por Duane Swierczynski, com arte de Simon Gane e cores de Ronda Pattison, acompanhamos Boxer, o típico ex-soldado de elite que ganha a vida como um guarda-costas extremamente bem pago de pessoas influentes. Contudo, a sua vida vira de cabeça para baixo durante um ataque de Godzilla a Washington, no qual sua protegida morre.
É então que Boxer decide reunir uma equipe de mercenários, cada um com sua própria história com monstros gigantes, para levar adiante seu plano ambicioso de vingança: dar cabo das criaturas que aparecem ao redor do mundo uma a uma até chegar a vez do lagarto radioativo.
Para isso, ele tem um plano e, principalmente, um preço: 7 bilhões de dólares para cada monstro abatido. Equivalente a um dólar para cada ser humano na Terra. Mas, será que o time tem realmente condições de completar essa missão?
Ritmo caótico
Ao começar a ler a HQ de Godzilla, a sensação de caos é instantânea. Ainda que haja um prefácio caprichado na edição, explicando o contexto dos quadrinhos publicados no EUA pela IDW, de onde vem o arco lançado aqui, não há qualquer explicação sobre a origem dos monstros ou qual seu objetivo.
Tudo o que se sabe é que os kaijus são uma realidade com a qual a humanidade precisa conviver já faz algum tempo e que todas as cidades do mundo estão vulneráveis a um ataque sem aviso.
Entretanto, a falta de uma história de origem ou algo que contextualizasse a existência dos monstros deixa a trama ainda mais perto dos filmes japoneses, nos quais eles simplesmente são uma ameaça que surge do nada e precisa ser combatida, sem que as pessoas parem para pensar direito no motivo deles existirem.
Overdose de monstros
Outro ponto importante é o uso de praticamente todo o catálogo de monstros da Toho. Assim, Mothra, Rodan e Battra aparecem com a impressão de aleatoriedade e há espaço até para o Mechagodzilla, aumentando ainda mais o ritmo caótico da edição.
Todavia, Godzilla: O Maior Monstro da História é o tipo de gibi que você lê do início ao fim em poucas horas dado o ritmo frenético da trama e o carisma da equipe de Boxer. Esses dois fatores e um gancho revelador ao final dessa primeira edição não só valem o livro, como rendem uma boa dose de ansiedade para um vindouro volume 2. O qual mal podemos esperar para ler.