‘Godzilla Minus One’ traz Kaiju de volta ao terror

Carlos Bazela
'Godzilla Minus One' traz Kaiju de volta ao terror
Foto: Toho

Quando o filme original do Godzilla estreou em 1954, a presença de um monstro gigante, oriundo da radiação nuclear, assolando um Japão que viu de perto todos os efeitos destrutivos dessa força menos de uma década antes, ele só poderia ser classificado como terror. Hoje, talvez a internet tivesse outro termo: gatilho.

Em 2023, ano que a memória nipônica das bombas de Hiroshima e Nagasaki é reavivada pelo blockbuster Oppenheimer (leia nossa crítica), Godzilla Minus One chega às telas ambientado nos últimos suspiros da Segunda Guerra Mundial e coloca o espírito de sobrevivência dos japoneses à prova contra um inimigo além da fome e desolação: a versão mais letal do Kaiju já concebida.

O ex-kamikaze

Na história, acompanhamos Koichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki), um piloto kamikaze, que pousa em uma pequena ilha para reparos em seu avião e vê toda a equipe de mecânicos ser dizimada por um monstro que aparentava ser um dinossauro.

Com o peso da vergonha por ter paralisado ao ter a chance de atirar na criatura em seu avião, ele volta para Tóquio apenas para descobrir que sua família está morta e todos estão morando em barracos improvisados com o que sobrou de suas casas, por conta dos bombardeios.

Os anos passam e o rapaz está reconstruindo sua vida. Mas, quando o Godzilla finalmente chega à cidade e lhe toma tudo que conseguiu, ele se dá conta de que a sua guerra ainda não acabou.

Trama é o ponto forte

Embora os efeitos especiais sejam impecáveis e casem perfeitamente com a fotografia que insere o Godzilla no contexto pós-guerra – e incluem algumas novas e surpreendentes habilidades para o Kaiju – o roteiro e a direção de Takashi Yamazaki são os pontos fortes de “Minus One”.

Além do drama de Shikishima, o filme traz boas explicações do contexto histórico, inclusive para a falta de recursos bélicos do país e a ausência de outras nações interferindo do conflito. O plano para dar cabo do monstro e a mensagem de um povo que não pode confiar nem mesmo em seu governo também são factíveis e reforçam o “estado negativo” do título.

Foto: Sato Company

Assim, da mesma forma que ajudou a definir o cinema com monstros gigantes há 70 anos, ‘Godzilla Minus One’ se estabelece como um novo marco para o gênero, reposicionando o Kaiju mais famoso do mundo no cinema de horror, mas não pelo gore e o sangue comuns de hoje, mas por retratar o terror de pessoas comuns enfrentando um inimigo invencível, naquele que é o pior momento de suas vidas.

‘Godzilla Minus One’ estreia em 14 de dezembro nos cinemas brasileiros.

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