Ghost in the Shell: Volume 1.5 mostra que história vai além de Major

Carlos Bazela

Curiosamente lançado no Japão após o volume 2.0, Ghost in the Shell 1.5: Human Error Processer foi publicado aqui pela JBC exatamente na mesma sequência. E, embora a ordem pareça estranha, ler a série nesta mesma sequência é o que faz o fã não perder o gosto pela história de Masamune Shirow.

Explicamos. Ghost in the Shell é uma obra aclamada principalmente pelo longa em anime, cuja ambientação futurista, recheada de discussões sobre o papel da alma humana em corpos cada vez mais cibernéticos rendeu status de cult e serviu de inspiração para muitas obras de ficção científica. Inclusive Matrix, das Irmãs Waschowski.

Embora traga a mesma narrativa que foi adaptada em animação, com a Major, Batou, Togusa e o restante da Seção 9 caçando um criminoso que hackeia corpos de pessoas para cometer crimes por meio de seus cérebros cibernéticos, o tom do mangá é bem diferente. Com uma pegada mais policial, a ambientação e tudo daquele universo é relativizado como uma situação normal e é isso que torna a obra um marco. Você fica ali, imerso naquele mundo, acompanhando a investigação e tentando desvendar o mistério junto com o time, enquanto fica maravilhado com o turbilhão de recursos tecnológico à disposição das pessoas nesse futuro caótico.

Mas aí vem Ghost in the Shell 2.0: Man Machine Interface, cujas primeiras páginas já trazem um pedido de desculpas do autor, por não ser uma sequência direta do primeiro. E Shirow tem mesmo motivos para se desculpar: a aventura, centrada na Major Motoko como agente de contra-espionagem corporativa e sem a presença dos membros originais da Seção 9, acaba deixando muito a desejar em relação ao volume anterior e sendo relativamente confusa. Isso sem falar no apelo sexual exagerado, que acaba transformando as páginas coloridas, maior triunfo da publicação, quase em um hentai mal resolvido.

Sequência direta

Human Error Processer, subtítulo do 1.5, é uma coletânea de casos investigados pela equipe da Seção 9, que acontece depois dos eventos do volume 1. Sem a Major na equipe, o time precisa lidar com situações interessantes, como a de um homem morto que segue a vida normal com seu cérebro hackeado e funcionários do alto escalão do governo tentando encobrir atentados terroristas do passado.

Tudo isso em um enredo firme, arte belíssima e com personagens cuja importância é equilibrada ao longo do mangá, que traz um destaque especial para a liderança de Shinji Aramaki. Sim, a Major faz participação, personificada em uma caçadora de recompensas com o nome Chroma, em uma aparição breve, deixando espaço até para os integrantes mais secundários do time brilharem.

Com necessárias doses de humor na medida certa – boa parte vinda dos mini tanques inteligentes Tachikoma – Ghost in The Shell 1.5 – Human Error Processes é a sequência que a franquia merece no mangá e que poderia ter emprestado ainda mais elementos para Ghost in the Shell: SAC_2045.

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