Ambientada na década de 70, Duster, nova série da Max criada por J.J. Abrams e LaToya Morgan, acompanha Jim Ellis (Josh Holloway), um motorista de fuga que trabalha para uma quadrilha no deserto americano, e Nina Hayes (Rachel Hilson), agente do FBI disposta a derrubar o crime organizado a qualquer custo.
A série combina o clássico da época com a narrativa da dupla improvável, através dos figurinos, perseguições, poeira e o calor do deserto. O carro, como símbolo de velocidade e fuga, também carrega o peso emocional da história, ele é tanto ferramenta de sobrevivência quanto metáfora para os caminhos que os personagens escolhem trilhar.
Dilema em dupla
Duster acerta no clima, o encontro entre Jim e Nina coloca frente a frente dois lados da justiça movidos por vingança, e levanta uma das tensões da narrativa: quando o sistema falha, o que resta entre o certo e o necessário? A parceria entre os dois é movida mais pela urgência do que pela confiança, e isso gera bons momentos, mesmo que ainda superficiais. Há também a sugestão de que há mais segredos sob o capô dessa história – e que, como os próprios personagens, o espectador precisará decidir em quem confiar. Afinal, a vida precisa de alguns mistérios.
Marcha lenta
Já a ambientação política e racial da época é sugerida, mas tratada de maneira contida. Josh Holloway, conhecido por seu papel em Lost, traz familiaridade ao personagem, enquanto Rachel Hilson entrega seriedade. Ambos têm química, mas ainda carecem de um roteiro que explore seus conflitos pessoais.
Com dois episódios disponíveis na HBO Max, e mais seis a serem lançados (semanalmente), Duster convence no visual, mas fica apenas em terreno seguro. Se a série quiser se destacar, precisa acelerar – e não apenas no asfalto.
