Se você assistiu ao crossover Crisis on Infinite Earths, deve saber que o encontro entre Arrow, The Flash, Supergirl, DC’s Legends of Tomorrow, Batwoman e Black Lightning foi inspirado na clássica história em quadrinhos homônima com roteiro de Marv Wolfman e ilustrações de George Pérez. Publicada entre 1985 e 1986, a mega série de quadrinhos saiu com o objetivo de organizar a mitologia da DC Comics com a queda de heróis, vilões e seus universos paralelos.
Dividida em 12 volumes – além de se desdobrar por outras 18 revistas, em mais 40 edições –, Crise nas Infinitas Terras coloca os personagens da DC diante de uma guerra entre o Monitor (que apareceu em outras publicações da editora, mas em participações menores) e a sua contraparte, o Antimonitor. O vilão vem espalhando uma onda de anti-matéria, propriedade que percorre e destrói universo após universo, espalhando horror e morte pelo multiverso.

Aliás, a narrativa se estende pelo que chamamos de Terra 1, Terra 2, Terra 3, Terra 4, Terra S, Terra X e Terra Prime, que integram o multiverso da DC Comics, assim como infinitas outras. Vale dizer que cada uma das Terras e seus respectivos universos existem no mesmo espaço, mas vibram em frequências diferentes, permitindo que todos existam e coexistam sem qualquer problema. Cada Terra reúne heróis e vilões que a editora apresentou em títulos e momentos distintos.
Frente ao apocalipse que se aproxima, o Monitor, junto de sua assistente, a dubitável Precursora, o amaldiçoado Pária (condenado a testemunhar a destruição de cada universo) e Alexander Luthor Jr., um filho da Terra 3, decidem reunir os mais poderosos super-heróis de cada dimensão numa tentativa de deter os planos do Antimonitor. Para tanto, nossos protagonistas devem superar suas diferenças, combinar habilidades únicas e lutar pela sobrevivência.

A equipe de heróis é composta por Superman (das Terras 1 e 2), Mulher-Maravilha (das Terras 1 e 2), Batman, The Flash, Kid Flash, Supergirl, Lanterna Verde (Alan Scott), Robin II (Jason Todd, da Terra 1), Robin (Dick Grayson, da Terra 2), Superboy (Terra Prime), Asa Noturna, Caçadora, Poderosa, Estelar, John Constantine, Capitão Marvel (atual Shazam) e Doutora Luz (Kimiyo Hoshi). Porém, inúmeros outros personagens vão surgindo e participando da trama.
Entre os vilões, estão Pirata Psíquico, Krona, Lex Luthor, Brainiac, Coringa, Darkseid e um exército de Demônios-Sombra de Antimonitor.

Há um clima pessimista de armagedon – e, acredite, ele vem –, no qual acompanhamos a queda de figuras importantes no panteão da DC Comics, com uma mortandade sem limites. Entretanto, existe também a proposta de renascimento, e não apenas de universos individuais, mas, sim, de uma realidade compartilhada, construída pela força coletiva.
No texto inspirado de Wolfman e na arte caprichadíssima de Pérez, Crise nas Infinitas Terras se faz um clássico eterno pela quantidade recorde de personagens trabalhados, sua capacidade de reorganizar a mitologia da DC e pelo carrossel de emoções que oferece ao seu leitor.