Crepúsculo Sentai é trama adulta sobre tokusatsu

Carlos Bazela
Crepúsculo Sentai é trama adulta sobre tokusatsu

Os últimos anos têm visto muitas homenagens aos tokusatsu. Principalmente em obras nacionais. O mangá O Regresso de Jaspion (leia a resenha) e o anunciado Jiraiya – O Incrível Ninja (saiba mais), ambos da editora JBC, são uma mostra de como esse pedaço da cultura oriental segue vivo no imaginário brasileiro. Agora, Crepúsculo Sentai, HQ da Skript Editora, traz um toque mais maduro para essa nostalgia.

No enredo, escrito por Douglas Freitas e com arte de Sandro Zambi, o herói Juscam está sendo homenageado na cidade de Tóquio depois de livrar a Terra de incontáveis ameaças, trazendo a paz pelos últimos 35 anos. Como agradecimento, ele deixa seu robô, o Gigante Lutador Mechaleon, como uma estátua para a cidade.

Mas, poucas palavras de discurso após remover a armadura, Juscam é assassinado com um tiro certeiro, disparado a quilômetros de distância. Com o mundo em choque por ver um de seus campeões abatidos, começa uma onda de violência contra heróis veteranos, como o Ninja Rubro, o Gafanhoto e alguns dos Titanium Heroes.

Mas, quem estaria por trás dessas mortes? Algum dos vilões de sempre ou alguém novo?

Para responder a essa pergunta, a Agência vem atrás do Doutor Yaguaraté, notório ecoterrorista do passado, que segue escondido nas favelas do Rio de Janeiro. Mas, será que confiar em um clássico supervilão é realmente uma boa ideia para solucionar a crise? A Comandante Platen irá descobrir em primeira mão.

Além das referências

Embora a premissa de Crepúsculo Sentai seja o tipo de história que atrai pelas referências a Jaspion, Jiban e Spectremen – todas elas detalhadas em um glossário nas páginas finais –, a trama vai muito além de uma caça página por página a cada um dos personagens que foram adaptados para a obra, que traz até referências à franquia Gundam e suas estátuas em tamanho real no Japão.

Sem medo de mostrar sangue, a narrativa vem com nível mais acentuado de violência do que traziam os tokus das décadas de 1980 e 1990, mostrando que foi feita sob medida para quem foi criança na época, mas é adulto hoje.

Outro ponto é que a história já pode ser considerada um marco da 9ª arte. Ambientada em meio à pandemia, personagens aparecem usando máscara e o contexto da Covid-19 surge mais de uma vez como recurso narrativo.

Com reviravoltas interessantes, Crepúsculo Sentai é uma HQ que vai além das homenagens e prova, mais uma vez, que o Brasil pode produzir material de primeira usando a cultura pop japonesa como inspiração.

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