Destaque na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme A Odisseia dos Tontos (La odisea de los giles, Argentina/Espanha, 2019) apresenta uma divertida história situada na crise econômica argentina em 2001 – mas, com a qual nós, sul-americanos, podemos nos identificar! Estreando oficialmente na quinta-feira (31/10) nos telonas, o longa tem direção de Sebastián Borensztein (Um Conto Chinês), é estrelado por Ricardo Darín (O Segredo dos Seus Olhos) e inspira-se no livro homônimo de Eduardo Sacheri.
A obra conta a ingrata jornada do ex-jogador de futebol Fermín Perlassi (Darín) que, em uma tentativa de montar uma cooperativa agrícola junto a um grupo de sócios, tem suas economias bloqueadas pelo banco e “emprestadas” para o empresário Fortunato Manzi (Andrés Parra, de Pablo Escobar: O Senhor do Tráfico). Em 1h56 de duração, vemos como este golpe prejudica cada pessoa envolvida no acordo – em personagens que retratam cada parcela da sociedade, como aposentados, microempresários, comerciantes e jovens trabalhadores.
No roteiro adaptado por Borensztein e Sacheri, todo o sentimento de injustiça que atinge nossos protagonistas é usado como gatilho para cenas de ação – que, embora discretas, são empolgantes – e diálogos inteligentíssimos, que acertam tanto pela crítica social e política, como pelo seu humor sarcástico (predominante desde o título do longa-metragem). Apesar da superfície cômica, a obra transmite uma análise real do início da década de 2000 na Argentina, como também das instabilidades econômicas em vários países da América do Sul.
Engraçado e sagaz, o título tem o mérito de explorar com propriedade os dramas e cenários de gente desfavorecida por um sistema fraudulento, algo que sensibiliza por ser tão próximo ao se vê nos noticiários. De modo bastante lúdico, o lançamento Warner Bros. Pictures que é preciso dar um basta na corrupção.
A Odisseia dos Tontos estreia nos cinemas brasileiros em 31 de outubro.
