Clássico vira terror em Maria e João: O Conto das Bruxas

A história de João e Maria, os irmãos seguiram um caminho de migalhas até a casa da bruxa – que desejava apenas engordá-los e levá-los ao forno – é um grande clássico da nossa infância. Mas, é claro que narrativas como esta possuem versões bem mais sombrias – muitas delas nas obras dos Irmãos Grimm. Com Maria e João: O Conto das Bruxas (Gretel & Hansel, Canadá/Irlanda/EUA/África do Sul, 2020), o diretor Osgood Perkins (O Último Capítulo) recebeu oportunidade de contar a sua aventura macabra. Será que deu certo?

No roteiro escrito por Rob Hayes (Chewing Gum), os jovens Maria (Sophia Lillis, de It: A Coisa) e João (Samuel Leakey, de MotherFatherSon) se veem órfãos de pai e abandonados pela mãe em tempos distantes, ficando à mercê da fome, das doenças ou pior: das criaturas da noite. Sem destino certo, a dupla entra no caminho da sinistra Holda (Alice Krige, de Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato), senhora que mostra interesses muito diferentes para cada uma das crianças. Resta para Maria investigar e descobrir como salvar seu irmão caçula.

O longa aposta num final inesperado e sombrio, distanciando-se do conto clássico. (Foto: Imagem Filmes)

Em total clima de terror europeu, o enredo se desenvolve diante de cenários agourentos (tendo cenas em um suposto galpão na Irlanda onde comunidades próximas dizem ter sido visitado pelo Diabo) e ambientes pouco iluminados, onde os personagens exploram o mito da “Linda Menina” – garota curada pelas forças das trevas que passou a propagar o mal até ser expulsa de sua vila. Fazendo uso de sua própria mitologia, a produção encaminha as origens e destinos não só da bruxa, como também da própria Maria.

Uma abordagem inusitada, Maria e João: O Conto das Bruxas consegue prender a atenção e ainda nos pregar sustos – evitando os tradicionais “jump scares”. Contudo, em algum momento, a obra se perde num tom monótono, que acaba tornando a experiência um pouco cansativa – apesar da curta duração de 1h27.

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