Círculo de Fogo: The Black é a sequência que a franquia merece em anime

Carlos Bazela
Círculo de Fogo: The Black é a sequência que a franquia merece em anime

Bastante aguardado desde seu anúncio, o anime Círculo de Fogo: The Black, ambientado no mesmo universo dos dois filmes da franquia, estreou em 4 de março na Netflix, com todos os 7 episódios dessa primeira temporada já disponíveis no streaming.

The Black se passa na Austrália e acompanha Hayley (Gideon Adlon, de The Society) e Taylor (Calum Worthy, de Austin & Ally), filhos de dois veteranos pilotos de Jaeger desaparecidos, enquanto eles tentam sobreviver por um país dizimado pelos Kaiju, contando apenas com a força de vontade e a sincronia neural para guiar o Atlas Destroyer, um antigo Jaeger de terceira geração usado para treino de cadetes e o pior de tudo: sem armas. Mas, que compensa com a presença de Loa, uma inteligência artificial.

Os pais da dupla saíram em seu próprio robô, o Hunter Vertigo, cinco anos antes rumo à Sidney em busca de ajuda. Afinal, uma vez que todo o continente foi colocado em código negro, a Austrália passou a ser considerado uma área perdida para os monstros gigantes. Agora, a bordo de um Jaeger, chega a vez dos dois irmãos descobrirem por si só se eles estão vivos ou não.

Mas, a jornada pelas regiões mais inóspitas da Austrália será cheia de perigos, que não se resumem apenas aos Kaiju gigantescos.

Mais adulto, mais sombrio

Círculo de Fogo: The Black resgata muito da atmosfera mais obscura do primeiro filme. Por mais que não tenha como não se empolgar quando os Jaegers aparecem em cena entrando em combate com os monstros, o anime deixa claro que os robôs não estão em vantagem e, por mais que os humanos tenham progredido na criação de mechas para combate, eles não deixam de ser uma solução paliativa para impedir que o planeta seja tomado de vez pelos Precursores, a raça que envia cada vez mais Kaijus por meio de portais que se abrem no chão.

O clima sério é reforçado pela figura de Shane (Andy McPhee, de Filhos da Anarquia), um bandido inescrupuloso, que está decidido a ser o homem mais poderoso do país em ruínas enquanto tira toda a vantagem que pode dos Kaiju. O anime ainda surpreende com um tom acima do esperado. Ainda que não haja nada tão explícito, as pessoas sangram e levam tiros, o que dá ainda mais impacto às situações de perigo enfrentadas por Hayley e Taylor.

Taylor e Hayley se veem diante de uma jornada cheia dos mais diversos perigos. (Foto: Netflix)

A estrutura de série dá espaço para vermos outras boas ideias da franquia em detalhes, como usos menos éticos para a tecnologia da ponte neural, que une psicologicamente os dois pilotos de Jaeger, e até o que pode acontecer quando a sincronização das duas mentes não funciona como deveria.

Expansão e referências

Se, assim que lançou o primeiro filme, Guillermo Del Toro se divertiu com os fãs que encontraram elementos de animes clássicos, como Evangelion, além da inspiração nos tokusatsu, Círculo de Fogo: The Black vai adiante nisso. Ao longo dos sete episódios, é possível ver alguns toques não só de Eva, como de Argento Soma e até GenoCyber, em umas passagens mais obscuras. Principalmente as que envolvem O Garoto, a criança encontrada pelos irmãos em uma das bases das forças de defesa.

Mas, não pense que é só de nostalgia e referências que vive o novo anime da Netflix. The Black consegue tempo para expandir a franquia com novos personagens enigmáticos, Kaijus  de tamanho menor, como cães de guarda, e alternativas interessantes para encaixar os acontecimentos de Círculo de Fogo: A Revolta. E até alguns personagens, como o piloto veterano Herc Hansen (do primeiro filme).

No mais, o anime supera as expectativas ao resgatar elementos originais com uma qualidade visual incrível, feita pelos estúdios Polygon, que se redime com os fãs pelos três OVAS de Godzilla, que deixaram a desejar.

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