BRZRKR: HQ de Keanu Reeves traz mais que violência

Carlos Bazela

O nome BRZRKR (se pronuncia Berzerker) está na boca dos leitores desde que a HQ foi anunciada nos EUA, em 2020. Principalmente por bater recordes na campanha de financiamento coletivo, organizado pela editora Boom! Studios. O motivo não é o título exótico, mas o nome ilustre envolvido na criação do personagem: ninguém menos que Keanu Reeves.

Agora, é a nossa vez de descobrir se o gibi vai além do nome e das feições do astro no protagonista – uma cortesia dos desenhos de Ron Garney e das cores de Bill Crabtree – em uma minissérie em 3 volumes, publicada pela Panini.

Na história, assinada também por Matt Kindt, acompanhamos B, um operativo militar estadunidense enviado para missões secretas de extermínio. Até aí, nada de novo. A não ser pelo fato de que quanto mais os combates se estendem, mais B se enfurece, chegando a beirar a insanidade, fazendo jus ao nome atribuído aos guerreiros vikings mais brutais. O detalhe de que o soldado recebe toda a sorte de ferimento sem tombar e é capaz de esmagar os inimigos mesmo com as mãos nuas também são pontos relevantes.

De volta à base, conhecemos mais da história de B. Contada por ele mesmo, pois tem memórias vívidas de toda sua vida, desde o seu nascimento há 76 mil anos. Numa tribo frequentemente atacada pelos rivais, seus pais oraram aos deuses por uma arma. A resposta foi sua concepção misteriosa.

Fora do óbvio

BRZRKR é um gibi violento. Desde as primeiras páginas e ao longo do volume 1, há muitos quadros dedicados às inúmeras batalhas travadas por B, ou Unute, nome que recebeu em sua tribo. Entretanto, a HQ mostra inteligência ao antecipar pensamentos do leitor.

Ao narrar sua história para a psicanalista Diana e se submeter a todo tipo de análise, o rapaz mostra consciência do seu papel: ser estudado para que seja reproduzido o que quer que lhe torna imortal. E ele não se importa, desde que as experiências tragam uma maneira de matá-lo – sua única exigência para se um dia desistir de sua sina.

Com isso, o quadrinho ganha traços de espionagem, deixando alguns rumos bastante estabelecidos e ainda criando mistérios sobre a origem de B e do seu trabalho com os EUA. Principalmente no ótimo gancho com o qual termina a primeira edição.

O veredito?

Terminado o primeiro volume, vemos em BRZRKR uma história que, embora use clichês a seu favor (como a comparação óbvia com Wolverine), mostra o potencial necessária para não terminar no mais do mesmo. E cria expectativa para a próxima edição, que logo deve chegar às lojas.

Next Post

Conheça os games mais procurados para celular

Não é segredo que os games para celulares deixaram de ser considerados secundários para a indústria do entretenimento. Tanto é que, em 2020, com o avanço da pandemia, os smartphones viram o boom de um novo gênero de jogo: os hiper casuais. Sem tutoriais ou mecânicas complexas, eles chegaram como […]