Bondade é questão de escolha em Os Caras Malvados

Isabelly Lima
Bondade é questão de escolha em Os Caras Malvados

Gênios do crime reunidos em grupo é algo comum no cinema. De Onze Homens e Um Segredo (2001) até O Esquadrão Suicida (2021), a fórmula funciona muito bem, trazendo humor e inteligência no mesmo combo. Mas, em Os Caras Malvados (The Bad Guys, EUA, 2022), nova animação da Universal Pictures, a história é um pouco diferente e vai além da esperteza para o crime, explorando conceitos profundos sobre bondade, autoestima e estereotipação.

O enredo conta a história de 5 amigos que compõem o maior grupo de bandidos da cidade: o Sr. Lobo (Rômulo Estrela), Sr. Cobra (Sergio Guizé), Sr. Tubarão (Babu Santana), Sr. Piranha (Luis Lobianco) e a Srta. Tarântula (Nyvi Estephan). Temidos por onde passam, os Caras Malvados planejam roubar o Golfinho Dourado, prêmio dado pela governadora Diane Raposinha (Agatha Moreira) ao Professor Marmelada (Sérgio Stern), o maior cidadão de bem da região.

Nesse roubo, as coisas saem do controle e os nossos vilões amados se metem em uma grande furada. Para escapar da cadeia, eles optam por tentar ser bons participando de um experimento do Professor, mas sem vontade alguma de realmente mudarem.

Até que ponto é bom ser mau?

A trama gira em torno dos conceitos de maldade e bondade. Porém, embora os personagens demonstrem orgulho em ser malvados e tirem proveito da fama que receberam, o longa mostra isso como resultado das diversas inseguranças que cada um traz. Para todos, o medo da solidão é presente, exatamente por isso eles encontram no grupo uma espécie de família e se mantêm nesse estilo perigoso de vida para continuarem juntos.

A necessidade de ser amado e não ser excluído é o que desperta, principalmente no Sr. Lobo, a vontade de ser legal. Isso os coloca em conflito, já que nem todos concordam nessa mudança de comportamento logo de cara, como o Sr. Cobra – que se vê dividido entre seus ideais maldosos e seus amigos.

Dessa forma, é possível perceber que há uma narrativa de estereotipação, pois os habitantes da cidade não acreditam na mudança dos protagonistas, pensando que quem nasceu mau sempre será mau – o que torna a luta do grupo mais complicada.

Clássicos repaginados

O longa traz em sua produção traços clássicos de animações, como movimentos que desafiam a física, as diversas situações de perigo que não causam um arranhão aos personagens, além de traços de animações muito antigas. A mistura do traço mais tecnológico com o mais manual faz o filme se destacar quanto em relação a outros títulos do mesmo gênero. Ao contrário da concorrência, Os Caras Malvados não busca realismo nem gráficos rebuscados, mas foca na simplicidade que um roteiro deste requer, com desenhos irregulares e efeitos sonoros sendo descritos também nas cenas.

Algo que traz mais dinamismo à narrativa é o contato com o público, que acontece de forma estratégica para abrir e fechar a trama, em que vemos a quebra da quarta parede para realmente trazer mais intimidade à relação de histórias do grupo. A animação é do tipo que alegra tanto as crianças como os adultos, que disfarça assuntos sérios em piadas e sentimentalismo. É a pedida perfeita para ver com a família inteira, fazendo com que todos aprendam que mudanças precisam de tempo, e que até os mais malvados podem se tornar bons se decidirem tentar.

Os Caras Malvados estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas brasileiros. Não perca essa fofura de filme!

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