Bom Dia, Verônica é thriller chocante sobre feminicídio e corrupção

Lançada no primeiro dia de outubro na Netflix, a série Bom Dia, Verônica é a adaptação do livro homônimo escrito pelos brasileiros Ilana CasoyRaphael Montes – sob o pseudônimo de Andrea Killmore – e publicado pela editora DarkSide em 2016. No streaming, a produção oferece uma experiência chocante com uma história de investigação centrada em casos de machismo, violência doméstica e feminicídio, além de enormes doses de mistério.

Em oito episódios de 42 minutos de duração, o seriado apresenta Verônica Torres (Tainá Müller, de Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro), escrivã do Delegacia de Homicídios de São Paulo, que decide ir investigar dois casos então negligenciados pelo seu departamento. Porém, conforme avança em suas buscas, a moça logo percebe que fazer justiça não é tão simples quanto pensa. E, ao mexer com as pessoas erradas, coloca em risco sua vida e família.

O perigo da internet

A primeira missão da protagonista é descobrir quem é o culpado pelas mortes em sequência de jovens mulheres, todas encontradas seminuas, com uma queimadura ácida nos lábios. Quando todas as evidências apontam para um assassino em série que faz vítimas por meio de um site de encontros, Verônica vê colegas oficiais transferindo a culpa às vítimas.

Na tentativa de ajudar mulheres em risco, Verônica sofre cobranças de seu marido. (Foto: Suzana Tierie/Netflix)

Esse desinteresse é exaltado no comportamento dos delegados Wilson Carvana (Antônio Grassi, de Chamas da Vida) e Anita Berlinger (Elisa Volpatto, de Mulher de Fases), mas isso, por mais incrível que pareça, é só a ponta do iceberg. Por sorte, a heroína conta com o legista Prata (Adriano Garib, de Salve Jorge) e do agente Nelson (Silvio Guindane, de 3%).

Violência em casa

O segundo caso da “Jessica Jones brasileira” (a jaqueta preta, jeans e atitude badass foram notadas!) envolve a pobre Janete (Camila Morgado, de Olga). A dona de casa é aterrorizada por Brandão (Eduardo Moscovis, de O Cravo e a Rosa), seu marido, que lhe tortura física e psicologicamente e a faz de cúmplice no assassinato de jovens vindas do Maranhão.

Brandão não só agride sua esposa, como prática um ritual misógino. (Foto: Suzanna Tierie/Netflix)

Entretanto, ao esbarrar na patente alta de Brandão na polícia militar, Verônica chega à conclusão de que para fazer a sororidade (o pacto social, ético e emocional construído entre as mulheres) efetiva, é preciso agir por conta própria. Neste núcleo, vemos como as amarras da justiça e julgamentos da sociedade impedem a resolução destas ocorrências.

Atuações em destaque

Se Müller faz bem o papel de justiceira atormentada, Morgado e Moscovis entregam interpretações assombrosamente críveis. A primeira surge como resultado de anos de massacre corporal e lavagem cerebral, enquanto o segundo se impõe como um monstro sanguinário e perturbado que, infelizmente, não é tão ficcional assim.

Afinal, o Brasil registra um caso de feminicídio a cada 7 horas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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